Pela primeira vez, os jogadores da seleção de futebol masculina e feminina dos EUA receberão salários iguais. Divulgada na quarta-feira 18 pela Federação de Futebol dos EUA (USSF, na sigla em inglês), a decisão inclui o recebimento de prêmios em dinheiro, como ocorre na Copa do Mundo.
Em linhas gerais, trata-se de um acordo coletivo de trabalho, até 2028, entre a Associação de Jogadores da Seleção Feminina dos EUA, a Associação de Jogadores da Seleção Nacional Masculina dos EUA e a USSF.
A partir de agora, os EUA se tornam a primeira nação a juntar o prêmio, em dinheiro, da Copa do Mundo da FIFA para compartilhar igualmente entre as equipes masculina e feminina.
Uma parte dos lucros comerciais — como TV e patrocínio — também será compartilhada com as jogadoras. De acordo com a USSF, a ação de dividir os lucros comerciais vai incentivar os jogadores a trabalharem juntos para o crescimento do esporte.
Relacionadas
Prêmios da Copa do Mundo
Todos os valores recebidos serão agrupados a fim de serem distribuídos igualmente entre a seleção masculina e feminina. Esse acordo exigiu que a seleção masculina compartilhasse seus ganhos na Copa, uma vez que os prêmios são bem maiores para os homens.
Segundo a FIFA, esses eram os valores pagos às seleções masculina (2018) e feminina (2019):
- 1° lugar: homens recebiam US$ 38 milhões | Mulheres US$ 4 milhões;
- 2° lugar: homens recebiam US$ 28 milhões | Mulheres US$ 2,6 milhões;
- 3° lugar: homens recebiam US$ 24 milhões | Mulheres US$ 2 milhões;
- 4° lugar: homens recebiam US$ 22 milhões | Mulheres US$ 1,6 milhão;
- Quartas de final: homens recebiam US$ 16 milhões | Mulheres US$ 1,45 milhão;
A primeira Copa do Mundo Feminina a entregar prêmios em dinheiro só ocorreu em 2007.
Igualdade
O novo acordo de trabalho aborda outras formas de compensação:
- Em partidas amistosas, as duas seleções receberão bônus de elenco de time;
- Além da Copa do Mundo, nas outras partidas competitivas, as duas equipes ganharam bônus de partida iguais;
- Assim como a seleção masculina, a seleção feminina vai ter planos de aposentadoria e um fundo para beneficiar as ex-jogadoras;
- Os homens vão ter direito a benefícios de creche — para os dias de treinos e jogos —, um direito que a seleção feminina já desfrutava.
A reivindicação por salariais iguais na seleção feminina começou em 2016 quando a Comissão de Oportunidades Iguais de Emprego registrou uma queixa por discriminação salarial. A causa foi liderada pelas jogadoras Hope Solo, Carli Lloyd, Becky Sauerbrunn, Alex Morgan e Megan Rapinoe.
Nas redes sociais, a Associação de Jogadoras da Seleção Feminina comemorou o novo acordo.
A statement from our President on the ratification of a new CBA that achieves equal pay. #ItsAboutTime pic.twitter.com/N7nBLOqaGF
— USWNT Players (@USWNTPlayers) May 18, 2022
Mais uma vez a lacração prejudicando as mulheres: elas foram campeãs do mundo em 1991, 1999, 2015 e 2019. E a seleção masculina? Já disputou alguma semifinal? Ou seja, as mulheres vão “socializar” seu prêmio com os homens, que não ganham nada.
Ou seja, a seleção feminina dividirá os prêmios de suas conquistas com a masculina, uma vez que os americanos dificilmente chegam às quartas de finais e as americanas estão sempre disputando o título. Deu ruim!
Totalmente injusto levando em consideração que Seleção dos EUA masculina não tem metade do sucesso da seleção feminina.