Esses números são os primeiros desde que as medidas de restrições e confinamento se tornaram mais gerais no país
Em meio à crise causada pelo coronavírus, os pedidos semanais de seguro-desemprego nos Estados Unidos registraram um novo recorde na semana passada, com 6,6 milhões de solicitações.
A informação foi divulgada pelo Departamento do Trabalho norte-americano nesta quinta-feira, 2, e se refere à semana encerrada em 28 de março.
Os pedidos foram o dobro dos registrados na semana anterior, quando 3,3 milhões de pessoas também solicitaram o benefício, número que já era um recorde histórico.
Segundo economistas, as medidas de isolamento social empurraram a economia dos Estados Unidos para uma recessão. Mais de 80% dos norte-americanos estão sujeitos a algum tipo de bloqueio, índice maior que os menos de 50% há duas semanas.
Como reportou Oeste, no Brasil as buscas pelo termo “seguro-desemprego” dispararam na internet. Não dá para comparar a pujança da economia norte-americana com a brasileira. Apesar de sofrerem os efeitos da pandemia, os Estados Unidos têm caixa para minimizar as perdas causadas pelas paralisações. Um pacote de medidas de estímulos de US$ 2 trilhões na economia norte-americana foi aprovado para aliviar o mercado dos efeitos da crise.
Já o Brasil é um país em que um quarto da população, ou 52,5 milhões de habitantes, ainda vive com menos de R$ 420 por mês, aponta o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ou seja, são pessoas em situação de pobreza. Para complicar, o país estava em lenta retomada da atividade econômica após um período de recessão quando foi surpreendido com a pandemia.
Segundo o ministro da Economia, Paulo Guedes, serão injetados no país cerca de R$ 750 bilhões. O valor não corresponde sequer a um décimo do investimento norte-americano. É preciso, portanto, cautela ao comparar a crise da covid-19 entre diversos países, em que cada um apresenta suas particularidades econômicas, culturais, sociais e demográficas.