Ex-embaixadora dos EUA na ONU: ‘Livre-iniciativa, e não planejamento central, vai derrotar a China’

Em artigo publicado no The Wall Street Journal, Nikki Haley defende a liberdade contra o imperialismo chinês

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Nikki Haley, ex-embaixadora dos EUA na ONU
Nikki Haley, ex-embaixadora dos EUA na ONU | Foto: Reprodução/Wikimedia Commons

A maior ameaça global aos Estados Unidos é a China, disse Nikki Haley, ex-embaixadora norte-americana na Organização das Nações Unidas (ONU), em artigo publicado no The Wall Street Journal. Segundo a diplomata, seu país tem algo que os chineses não possuem: liberdade econômica. E esse fator é fundamental para enfrentar os rivais asiáticos.

“Se explorarmos o espírito que fez da América o país mais inovador da história humana, a China não tem chance”, afirmou Nikki. “No entanto, muitos de nossos formuladores de políticas estão minando nossa vantagem, movendo-se em direção ao planejamento central e ao controle socialista.”

Um exemplo disso seria a Lei de Chips, que direciona US$ 280 bilhões do dinheiro dos contribuintes para grupos específicos. O objetivo dessa medida seria ajudar a indústria de chips a competir com os concorrentes chineses, que recebem subsídios de Pequim. Há também a Lei de Redução da Inflação, que gasta mais de US$ 430 bilhões com empresas “essenciais” para os EUA.

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“Por trás de ambos os projetos, está a suposição de que Washington pode dirigir a economia do país, para garantir o domínio da América”, afirmou a ex-embaixadora. “Até nos disseram que, se o governo tomar essas decisões, a China terá de cancelar seus planos de nos superar. Depois que o presidente Joe Biden assinou a Lei de Chips, o diretor do Conselho Econômico Nacional, Brian Deese, ressaltou que a medida permitirá ao país ‘moldar’ as regras de onde a ‘inovação de ponta’ acontece.”

Para Nikki, tal afirmação é falsa e arrogante. Ela explica que, quando Washington dá subsídios, torna as empresas menos competitivas e inovadoras. As companhias tendem a seguir as exigências do governo, em vez de buscar a inovação que os norte-americanos merecem. Os empresários constroem fábricas onde Washington quer, em tecnologias de que Washington gosta e tomam decisões que Washington aprova.

O mesmo ocorre com a Lei de Redução da Inflação. Os EUA despejam bilhões de dólares dos contribuintes em moinhos de vento e fazendas solares, enquanto a América precisa bombear mais petróleo. “Isso distribuirá enormes somas em subsídios para a fabricação de carros elétricos, dando enormes esmolas aos sindicatos”, disse Nikki. “Essa decisão tem tudo a ver com política — e nada a ver com a ideia de manter a América próspera. O que vem a seguir, planos de crescimento de cinco anos?”

Como destaca a ex-embaixadora, a própria China mostra que o planejamento central é falho. Pequim está atualmente lidando com sua perspectiva de crescimento econômico mais fraca desde a década de 1970. Isso é consequência direta do controle socialista, mas os líderes norte-americanos parecem querer imitá-los. O mercado imobiliário chinês está em colapso, enquanto a classe média do país enfrenta uma crise de dívida da qual pode não se recuperar. A parte mais inovadora da economia chinesa — o setor tecnológico — está sendo estrangulada pela ditadura. Ao mesmo tempo, as medidas restritivas anticovid-19 prejudicam a economia nacional.

“Políticos norte-americanos arriscam um destino semelhante, abraçando suas próprias versões de planejamento central”, afirmou Nikki. “Os sinais de alerta estão aqui, na forma de desaceleração do crescimento, aumento da dívida e otimismo em queda entre nossos próprios cidadãos.”

Para a ex-embaixadora, no entanto, os EUA sabem como prosperar. “Fizemos melhor que qualquer outro país da história”, destacou. “Longe de deixar os políticos controlarem a economia de cima para baixo, capacitamos os cidadãos a criá-la de baixo para cima. Lideramos o mundo em ciência, tecnologia, força militar e muito mais. Isso não ocorreu porque Washington sabe melhor, mas porque o povo norte-americano tem a liberdade de sonhar e fazer melhor.”

Na conclusão do artigo, Nikki ressalta que os políticos de seu país não devem dirigir a economia, subsidiar interesses especiais e amarrar as indústrias nacionais. Em vez disso, devem facilitar os negócios, resolver obstáculos que sufocam a inovação e deixar que os criadores de empregos e as famílias mantenham e gastem seu próprio dinheiro. “A liberdade econômica é o caminho comprovado para derrotar a China”, salientou. “Se Washington continuar tentando escolher vencedores e perdedores, a América perderá.”

Leia mais: “Biden, a dúvida e a dívida”, artigo de Ubiratan Jorge Iorio publicado na Edição 82 da Revista Oeste

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7 comentários Ver comentários

  1. Os EUA ainda vão nos surpreender positivamente, após varrer os democratas do poder em 2024.

    No momento a sociedade americana está entorpecida pelo veneno da esquerda, que infelizmente deixou entrar em cotidiano por pura preguiça no combate.

    A ex-embaixadora republicana tem razão em sua conclusão, mas acredita no potencial da sua população.

    Ela sabe que quando o governo não atrapalha, os americanos são imbatíveis.

  2. Que mulher esclarecida.

    Tem toda a razão em defender a liberdade empresarial pura, sem subsídios.

    A China já vem mostrando sinais de desmelhora há alguns anos e, em breve, talvez ainda esse ano, nós presenteie com seu colapso financeiro.

  3. Ufa. Até que enfim apareceu uma embaixadora que enfatiza o óbvio! Quem construiu a América foi a livre iniciativa e não o planejamento burocrático parido por políticos , funcionarios publicos e associados que se esmeram em querer controlar a vida da população defecando regras todos os dias. Simples assim

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