A ex-presidente da Bolívia Jeanine Áñez foi presa na madrugada deste sábado, 13, sob acusação de levante e terrorismo durante a crise política de 2019, que culminou na renúncia do então presidente Evo Morales. Ela governou o país interinamente entre 2019 e 2020.
Antes de ser presa, ela foi às redes sociais e escreveu: “Denuncio à Bolívia e ao mundo que, em um ato de abuso e perseguição política, o governo do MAS ordenou que me prendesse. Ele me acusa de ter participado de um golpe que nunca aconteceu. Minhas orações pela Bolívia e por todos os bolivianos”.
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MAS é o Movimento ao Socialismo, partido de Morales e do atual presidente Luis Arce, que governa o país há mais de uma década. Além de Jeanine, foram detidos o ex-ministro de Justiça, Álvaro Coimbra, e outro ex-funcionário de alto escalão.
Jeanine Áñez é acusada de promover um suposto golpe contra Morales, junto com vários líderes políticos. Em novembro de 2019, Morales tentou se reeleger pelo quarto mandato consecutivo, mas as eleições foram denunciadas como fraudulentas, o que causou um surto social que deixou 36 mortos e precipitou a renúncia do mandatário e sua fuga para o México.
Jeanine era então senadora e estava qualificada para a sucessão. A ex-presidente convocou eleições para outubro de 2020 e Arce, herdeiro político de Morales, obteve 55% dos votos.
Para o ex-presidente Carlos Mesa, líder do principal partido da oposição, as prisões são uma “ação de intimidação” após a derrota do MAS nas eleições locais e regionais da semana passada, cuja contagem oficial ainda não foi apurada.
Com informações da Associated Press
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