A ex-professora norte-americana Melissa Ortiz desenvolveu uma ferramenta natural, feita de repolho, que pode detectar materiais “sujos”. De acordo com ela, a invenção pode, por exemplo, identificar água contaminada.
Atualmente, Melissa cursa um mestrado em design industrial na California College of the Arts, nos Estados Unidos. Na instituição, ela desenvolveu a “pastilha” feita de resíduos de repolho roxo, provenientes de uma comunidade local chamada de Colores del Rio.
De acordo com a revista norte-americana Fast Company, a composição química do repolho faz com que o vegetal mude de cor de acordo com o pH da água — que serve para identificar a qualidade do líquido e se ele é ou não potável.
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A ferramenta natural fica em tom vermelho-rosado quando a água está ácida (pH menor que 7), ou verde amarelado, quando ela está alcalina (pH maior que 7).
O pH da água pura é neutro, com o valor 7. Qualquer substância com um valor abaixo (0-6) é considerada ácida, acima disso (8-14) ela é considerada básica.
Nível de pH revelado pela “ferramenta repolho” tem diferentes reações
A Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) informa que algumas substâncias têm seus efeitos tóxicos atenuados ou diminuídos em pHs extremos (muito ácidos ou básicos/alcalinos), como aquelas presentes em despejos de produtos químicos.
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Segundo a Cetesb, pH abaixo de 5, ou ácidos, podem provocar a morte de peixes. Já pHs alcalinos entre 9 e 10 podem ser prejudiciais em certas ocasiões.
O repolho roxo foi recolhido de um lixo, e, depois, Melissa trabalhou com estudantes do ensino médio para fervê-lo, desidratá-lo, moê-lo até virar pó e misturá-lo com goma xantana, que atua como aglutinante.
A mistura é prensada em um molde, que cria um objeto semelhante a uma orelha, que a ex-professora diz simbolizar o padrão do Rio Salinas, na região costeira da Califórnia.