A reunião de cúpula do G20, em Bali, terminou nesta quarta-feira, 16, com a aprovação de apelos pelo fim da guerra na Ucrânia e uma condenação, pela maioria dos países, à Rússia, que invadiu o país vizinho, em 24 de fevereiro.
A reunião dos líderes das maiores economias do planeta foi abalada pelos grandes bombardeios russos de terça-feira 15 contra a Ucrânia e pela queda de um míssil na Polônia, o que provocou o temor de uma escalada do conflito.
No final do encontro, foi divulgado um comunicado conjunto, no qual os países signatários afirmam que reconhecem “outros pontos de vista”, mas afirmam que “a maioria dos membros condena de maneira veemente a guerra na Ucrânia e destacaram que ela está provocando um imenso sofrimento humano”.
O presidente russo, Vladimir Putin, não viajou a Bali e enviou o ministro das Relações Exteriores, Sergey Lavrov, para representá-lo. Lavrov, na cúpula, acusou a Ucrânia de apresentar condições “não realistas” para negociações para o fim do conflito.
O texto final do G20 também diz que o conflito “afetou de maneira ainda mais negativa a economia global” e considera “inadmissível” o uso de armas nucleares ou a ameaça de recorrer a esse tipo de armamento.
Depois de mísseis disparados contra a Polônia — que, agora, se avalia que tenham partido da Ucrânia e não da Rússia —, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, em discurso ao G20 por videoconferência, acusou a Rússia e afirmou que a ação era uma “mensagem” do governo russo para o G20, embora os aliados ocidentais da Ucrânia tenham expressado cautela.
A delegação dos Estados Unidos convocou uma reunião de emergência de aliados do G7 e da Otan, na qual pediram uma investigação sobre o que aconteceu na Polônia e condenaram os bombardeios “bárbaros” da Rússia contra cidades e infraestruturas ucranianas.
Os países membros solicitaram no comunicado final a prorrogação do acordo entre Ucrânia e Rússia para a exportação de cereais ucranianos pelo Mar Negro, que termina no sábado. Um dos mediadores do acordo, o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, se declarou convencido de que o pacto seguirá em vigor.