A guerra contra os terroristas do Hamas paralisou o setor de tecnologia e as startups de Israel. A questão é prática, conforme conta a Oeste o brasileiro Hayim Makabee, 52 anos, CTO (diretor de tecnologia) de uma importante fintech (tecnologia financeira) no país do Oriente Médio, a Dooiu.
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“Como a maioria dos colaboradores é de jovens, muitos deles foram convocados para o Exército. Por exemplo, em um dos meus projetos, o CEO foi convocado”, conta Makabee. “Na Dooiu temos um gerente de produto e um engenheiro de controle de qualidade que já foram chamados.”
O setor de ciência e tecnologia é o que mais cresceu nas últimas décadas e hoje é responsável por quase 15% do Produto Interno Bruto (PIB) de Israel, que chegou a US$ 495,7 bilhões em 2022, segundo o governo. Também é um dos que mais empregam trabalhadores, com 14%, segundo o Escritório Central de Estatísticas de Israel.
Em termos de ganhos salariais, e receita para o país, os números são ainda maiores. Do total do Imposto de Renda, 25% são provenientes dos trabalhadores de ciência e tecnologia, segundo a Innovation Authority.
Israel não revela o número de combatentes em seu Exército. No entanto, informou que, para conter esses ataques, que já mataram mais de mil pessoas, 300 mil reservistas foram convocados.
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Para as Forças Armadas, todos os homens e mulheres elegíveis de Israel são convocados aos 18 anos. Os homens servem durante três anos, as mulheres, por dois anos.
Os ataques ocorreram no sábado 7, e a invasão de terroristas ao território israelense pegou, inicialmente, as Forças Armadas desprevenidas.
Outros setores também estão paralisados
Makabee atua em vários projetos na área, por outras empresas, como a Tropx, que produz roupas “inteligentes”. Elas passam informações de movimento dos atletas por meio de sensores. Agora, no entanto, a produção e as análises estão praticamente paradas.
“Na Tropx, o nosso vice-presidente em pesquisa e desenvolvimento também já está no Exército”, disse. “Muitos projetos estão paralisados como consequência dessa situação.”
Isso se explica ainda mais em função da paralisação de outros setores, como as instituições de ensino.
“Dos que não foram chamados para o Exército, a maioria está em casa (como eu), porque as escolas estão fechadas”, conta Makabbe. “Então os pais precisam ficar com seus filhos.”