Desacordo na fronteira entre a Venezuela e a Guiana pode ser decidido em breve pela Corte Internacional de Justiça (CIJ)
Carl Greenidge, que representa a Guiana na Corte Internacional de Justiça (CIJ), disse acreditar que a instituição vai em breve resolver a disputa fronteiriça do país com a Venezuela.
“A Guiana valoriza a oportunidade de resolver de forma judicial esta disputa com a Venezuela. Nos congratulamos com a decisão do secretário-geral da ONU que, em 2018, decidiu que o CIJ é o foro para a solução desta controvérsia”, disse Greenidge.
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Uma audiência nesta quinta do CIJ, por videoconferência, abordará a disputa entre os dois países. Em um primeiro momento, a corte vai avaliar se possui a legitimidade de decidir sobre a questão. A informação foi divulgada pelo jornal venezuelano El Nacional.
O representante da Guiana manifestou que apenas o seu país apresentou os seus argumentos para aquela corte e que a Venezuela “decidiu boicotar a audiência”.
Crise antiga
A Venezuela afirma que mais da metade do território da Guiana, uma ex-colônia do Reino Unido, pertence ao país, no que eles chamam de Guiana Essequiba.
A fronteira entre a então colônia britânica e a Venezuela é assim por um acordo em 1889, realizado por meio de uma arbitragem que foi realizada pelo governo da França.
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Em 17 de fevereiro de 1966, a Venezuela e a Guiana, recém independente, assinaram um acordo para negociar sobre a posse daquele território. O acordo, com duração de 4 anos, foi revogado por sucessivas vezes até 1982, com os países não alcançando uma solução.
Desde 1982, essa disputa está sendo intermediada pelo secretário-geral da ONU, conforme acordado pela Guiana e pela Venezuela.
Em 2007, a Guiana acusou tropas venezuelanas de invadirem o território que é controlado pelo país e de trocarem tiros com as tropas guianenses. A Venezuela negou que suas tropas tenham entrado na área em disputa e afirmou que os soldados da Venezuela estavam reprimindo o tráfico internacional de drogas.
Em 2018, a Guiana inegavelmente temeu que a Venezuela invadisse a zona de disputa. A visita de Raul Jungmann, então ministro da Defesa do Brasil, à Guiana desagradou o governo venezuelano.