O paciente Lawrence Faucette, de 58 anos, se tornou a segunda pessoa no mundo a receber um transplante de coração de porco geneticamente modificado. O procedimento foi realizado, assim como o primeiro, por médicos da Universidade de Maryland, nos Estados Unidos, na quarta-feira 20.
O homem passou por cirurgia depois de ter sido considerado inelegível para um transplante de coração humano devido à doença vascular e às complicações com hemorragia interna. Devido a esses problemas de saúde, o estado de saúde dele é terminal.
A cirurgia — conhecida como xenotransplante — é o transplante de um órgão animal para outra espécie distinta. A cirurgia foi autorizada em caráter de emergência pelas autoridades sanitárias.
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De acordo com a universidade, o paciente já respira sozinho. O coração está funcionando bem, sem assistência de dispositivos de suporte.
“Não temos expectativas além de esperar por mais tempo juntos”, disse a mulher de Lawrence, Ann Faucette. “Isso pode ser tão simples quanto sentar na varanda e tomar café juntos.”
Segunda tentativa
David Bennett, de 57 anos, havia se tornado o primeiro homem a receber o transplante de um coração de porco, em janeiro de 2022. Ele morreu dois meses depois da cirurgia devido a infecção por um vírus suíno, segundo a revista científica MIT Technology Review.
Conforme informações da equipe médica, o coração de porco transplantado funcionou “muito bem” até os primeiros “45 ou 50 dias”, sem sinais de rejeição.
Faucette, o mais novo paciente, teve que concordar que entendia os riscos do procedimento.
Estudos sobre transplantes de coração de porco
O xenotransplante vem sendo estudado há mais de sete anos pela Universidade de Maryland. Órgãos de porcos geneticamente modificados têm sido o foco de grande parte das pesquisas.
“Este transplante é outra conquista notável para a medicina e a humanidade”, disse o presidente e CEO do Centro Médico da instituição de Maryland, Bert O’Malley. “Estamos imensamente orgulhosos de ter dado mais um salto significativo em direção a um dia em que mais pessoas que precisam de um transplante de órgão que salva vidas possam obtê-lo.”
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