A seleção brasileira de basquete masculino começou o jogo de estreia na Olimpíada jogando de igual para igual com a anfitriã França. Mesmo derrotada no final, contra uma equipe recheada de estrelas da NBA, a equipe deixou uma boa impressão, na opinião de um dos maiores ídolos do basquete brasileiro, o ex-jogador Marcel de Souza.
O resultado de 78 a 66 para os franceses, no Stade Pierre-Mauroy, em Lille, foi conquistado principalmente a partir do final do terceiro quarto. Até então, o Brasil dominava o jogo e poderia ter conquistado a vitória com um pouco mais de confiança e consistência.
O ala Leo Mendl, por exemplo, que chegou a lembrar Marcel com incríveis cestas de três pontos na primeira etapa, caiu de rendimento no final, muito em função da intensidade da estreia.
Marcel, ao lado de Oscar marcou época na seleção, com o inédito título no Panamericano de 1987, diante dos Estados Unidos, em Indianápolis (EUA), com o terceiro lugar do Mundial de 1978 (quando ele fez a cesta decisiva) e com o tetracampeão sul-americano (1977-1983-1985-1989). Pelo Sírio, foi campeão mundial interclubes em 1979.
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“Eu estava muito, muito esperançoso em uma vitória”, afirmou Marcel a Oeste. “Estou “Acreditava no Brasil na estreia, por ser na Olimpíada de Paris, na França, que tem tido sucesso, com jogadores principalmente na NBA. Achei que isso até podia ser um ponto positivo para nossa estreia. O Brasil começou bem, né? E depois cedeu para uma melhor equipe, mas ainda há como se recuperar.”,
Para o ex-jogador, que hoje é médico na especialidade de radiologista, em Jundiaí (SP), a atual seleção brasileira tem condições de se recuperar na competição. E, inclusive, lutar por uma medalha. Como referência, ele tem a atuação da equipe na final do Pré-Olímpico contra a forte seleção da Letônia, na casa do adversário.
“Se a gente venceu na Letônia, que era favorita, tendo jogado muito bem no Mundial, fomos lá e ganhamos, por que não acreditar em uma medalha? É possível sim, precisamos passar de turno.”
Gigantes da NBA
O Brasil teve uma grande atuação no primeiro tempo. O time apresentou uma marcação forte, e conseguiu anular alguns dos principais nomes da equipe francesa, como o gigante Victor Wembanyama, do San Antonio Spurs, e o o versátil pivô Rudy Gobert, do Minnesota Timberwolves. Outro astro da NBA na equipe francesa é o ala Evan Fournier, do Orlando Magic.
A forte marcação, porém, fez Bruno Caboclo e Lucas Dias cometerem três faltas e correrem o risco de ficar fora do jogo ainda na parte inicial (o limite na regra é de cinco faltas). Com isso, o técnico croata Aleksandar Petrovic, fez um rodízio, colocando jogadores como, Mãozinha e Cristiano Felício, hoje no Granada da Espanha, mas que já atuou na NBA, no Chicago Bulls.
Outro que entrou foi o único brasileiro atualmente na NBA, o ala Gui Santos, do Golden State Warriors. Todos foram bem, mas, pelo fato de Caboclo e Dias estarem pendurados, o revezamento não pôde ser feito de maneira equilibrada, o que sobrecarregou a equipe nos momentos finais.
Os próximos jogos serão decisivos para o Brasil. Primeiro, o Brasil enfrenta a campeã mundial Alemanha, na terça-feira, às 16h. Na sexta-feira 2, terá pela frente o Japão. A competição está dividida em três grupos de quatro seleções.
De cada um deles, classificam-se os dois primeiros para as quartas de final. O Brasil está no grupo B. Marcel, no entanto, não perde a esperança, aquela que, segundo o ditado é a última que morre. Inclusive neste “grupo da morte.”
“Olimpíada é assim mesmo, uma competição representativa de vários continentes e muito competitiva. Mas o Brasil está no páreo, vamos aguardar a reação da equipe nas próximas partidas.”