Os incêndios florestais que acontecem no Canadá desde maio deste ano causaram um grande impacto para o país e até mesmo para a região da América do Norte. Os dados mais recentes do Centro Canadense de Incêndios Florestais mostram que, até quarta-feira 26, um total de 4,7 mil incêndios ocorreram em todo o país, com áreas queimadas cumulativas de mais de 121 mil quilômetros quadrados. Esses dados excederam em muito o recorde histórico do país de 76 mil quilômetros quadrados queimados em 1989, superando a área terrestre da Coreia do Sul, e em 7,5 vezes as áreas de desastre cumulativas de incêndios florestais na China de 2000 a 2021. As informações são do jornal chinês Global Times.
Além de colocar em risco a vida e a propriedade dos moradores, os danos ecológicos e a emissão de gases de efeito estufa causados pelos incêndios florestais tiveram um impacto imensurável no ambiente de vida humana. Recentemente, cientistas chineses usaram métodos científicos para avaliá-lo e concluíram que, até a última quarta-feira, as emissões de dióxido de carbono dos incêndios florestais canadenses atingiram aproximadamente 1 bilhão de toneladas. Cientistas chineses envolvidos nesta pesquisa disseram ao Global Times que esses dados surpreendentes indicam que o dióxido de carbono, o metano e os óxidos nitrosos emitidos pelos incêndios florestais canadenses tiveram um impacto inegável no clima. Isso já se transformou em um evento ambiental global, em vez de apenas incêndios florestais acontecendo no Canadá, alertaram os cientistas.
“A tecnologia de sensoriamento remoto é um método eficaz usado atualmente para estimar as emissões de carbono de incêndios florestais em grande escala. Ela pode conduzir uma avaliação rápida e precisa das emissões de carbono de incêndios florestais”, afirma Liu Zhihua, pesquisador do Instituto de Ecologia Aplicada de Shenyang, Academia Chinesa de Ciências, que participou do estudo.
Além disso, cientistas chineses estimaram, através do método do fator de emissão, que o efeito estufa do metano e do óxido nitroso emitidos por esses incêndios é aproximadamente equivalente a 110 milhões de toneladas de dióxido de carbono. Combinado com a emissão direta de 1 bilhão de toneladas de dióxido de carbono, as emissões de dióxido de carbono dos incêndios florestais canadenses equivalem a cerca de 1,1 bilhão de toneladas. Liu acredita que esse número é surpreendente, já que as emissões de dióxido de carbono relacionadas à energia fóssil no Canadá em 2021 foram de cerca de 546 milhões de toneladas, e as emissões equivalentes de dióxido de carbono dos incêndios florestais deste ano são quase o dobro desse valor. 1,1 bilhão de toneladas de dióxido de carbono já excederam as emissões totais de dióxido de carbono relacionadas à energia do Japão para o ano de 2021, de acordo com Liu.
No entanto, o incêndio florestal no Canadá desta vez ultrapassou esse recorde. “Além disso, há uma situação preocupante em que cerca de um oitavo dos incêndios florestais no Canadá ocorrem em áreas gélidas, o que poderia potencialmente promover a liberação de metano armazenado no solo”, disse Liu.
Vale ressaltar que a área florestal da China é de aproximadamente 2,3 milhões de quilômetros quadrados, o que representa cerca de dois terços da área do Canadá. No entanto, a emissão média anual de dióxido de carbono causada por incêndios florestais na China de 2000 a 2021 foi de aproximadamente 15 milhões de toneladas, apenas 0,2% das emissões globais de incêndios florestais, demonstrando o papel responsável da China como um país importante, observaram especialistas.
Leia também: “Commentariolus sobre incêndios no Canadá e fumaças no Brasil“, artigo de Evaristo de Miranda publicado na edição 174 da Revista Oeste
Depois vão dizer que o Brasil é o vilão…