A inflação no Reino Unido voltou a bater recorde em dezembro do ano passado. Segundo dados divulgados nesta quarta-feira, 19, referentes ao último mês de 2021, o índice inflacionário acelerou para 5,4% em valores anualizados (ante 5,1% em novembro).
Trata-se do maior patamar de inflação em três décadas, desde março de 1992, de acordo com o Escritório de Estatísticas Nacionais britânico.
O indicador ficou ligeiramente acima do esperado pelo mercado. Analistas consultados pela Reuters projetavam um avanço de 5,2% no período.
A tendência é que o Banco Central da Inglaterra aumente a taxa básica de juros em sua próxima reunião, marcada para o dia 3 de fevereiro (para 0,5% ao ano), em uma tentativa de conter a escalada nos preços.
“O Banco da Inglaterra já estava se sentindo desconfortável com sua postura de política monetária. As surpresas de hoje para as leituras principal e do núcleo da inflação certamente não ajudaram”, avalia Ambrose Crofton, estrategista de mercados globais do JP Morgan Asset Management.
Os rendimentos dos títulos do governo britânico, sensíveis às expectativas do mercado para a taxa de juros, alcançaram seu nível mais alto desde 2011.
Assim como em grande parte dos países do mundo, como o Brasil, a inflação no Reino Unido tem sido impulsionada pelo aumento no preço dos combustíveis, principalmente da gasolina.
A disparada nos preços afeta também itens como alimentos, roupas, carros seminovos e impostos sobre o cigarro. A projeção dos economistas é que a alta do indicador permaneça nos próximos meses.