Alguns influenciadores digitais que marcam posição em favor do governo russo na guerra contra a Ucrânia estariam lucrando com isso.
Com diversos vídeos violentos de ataques de drones e acusações contra o presidente ucraniano, Volodmyr Zelensky, esses influenciadores compartilham anúncios sobre muitas coisas, desde criptomoedas até moda.
Conhecidos na Rússia como Z-bloggers, devido ao apoio a uma guerra referenciada pelo país pela letra Z, eles são frequentemente autorizados a acompanhar o Exército russo. Nas redes, publicam imagens dos campos de batalha, de forma a incentivar os jovens russos a se alistar.
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Estes influenciadores pró-guerra cresceram desde o início da invasão russa na Ucrânia, alcançando milhões de seguidores no aplicativo de mensagens Telegram — já que Putin baniu do país as redes sociais Instagram, Facebook e Twitter.
Alta audiência, altos valores
De acordo com reportagem do site da emissora britânica BBC, dois grandes influenciadores russos conversaram com jornalistas que se passaram por proprietários de hotéis interessados em publicar anúncios em seus canais.
Um deles foi Alexander Kots, correspondente veterano de um jornal pró-governo russo que se tornou um influenciador digital, com mais de 600 mil seguidores em seu canal pessoal no Telegram. Kots disse que custaria entre 48 mil a 70 mil rublos (R$ 3.542) por postagem em seu canal, dependendo de quanto tempo o anúncio fosse mantido no topo de seu feed no aplicativo.
O outro é Semyon Pegov, conhecido como WarGonzo. Ele é, provavelmente, o Z-blogger mais conhecido, com mais de 1,3 milhão de seguidores. WarGonzo fez um orçamento equivalente a R$ 9.657 por postagem.
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Vagabundos. Mercenários financeiros.
Afinal, a Russia produz de tudo.
Produz tudo que é ruim.