As Forças Armadas de Israel emitiram um comunicado para que todos os palestinos que vivem no norte da Faixa de Gaza deixem suas casas nas próximas 24 horas. O pedido é visto como uma possível invasão da região — o país convocou 360 mil reservistas e já foram descolados para perto da fronteira tropas e tanques israelenses.
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O comunicado sobre a evacuação foi enviado pouco antes da meia-noite desta sexta-feira, 13, no horário local, pelo Exército de Israel aos líderes do Escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários das Nações Unidas (ONU) e do Departamento de Segurança e Proteção em Gaza.
“As Forças de Defesa de Israel pedem a retirada de todos os civis da Cidade de Gaza de suas casas para o sul, para sua própria segurança e proteção, e que se desloquem para a área ao sul de Wadi Gaza, conforme mostrado no mapa. A organização terrorista Hamas travou uma guerra contra o Estado de Israel, e a Cidade de Gaza é uma área onde ocorrem operações militares. Essa evacuação é para sua própria segurança”, informou o comunicado de Israel.
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No Twitter/X, o Exército publicou um vídeo do porta-voz Jonathan Conricus no qual afirma que a “evacuação é para a própria segurança” dos habitantes da Faixa de Gaza. “O Hamas está escondido em Gaza dentro de túneis, casas e prédios habitados por inocentes. Para a sua própria segurança e segurança da sua família, fiquem longe do Hamas. Eles estão usando vocês como escudo.”
Nas redes sociais, vídeos mostram que milhares de panfletos foram lançados na região norte da Faixa de Gaza para pedir aos moradores que deixem suas casas.
Cerca de 1,1 milhão de pessoas moram no norte da Faixa de Gaza, na área acima de Wadi Gaza, indicada por Israel para ser evacuada. A área compreende a Cidade de Gaza, a qual o Exército israelense chamou de “uma área onde ocorrem operações militares” e onde anunciou que “continuará a operar de forma significativa”.
ONU diz que evacuação é impossível
Em resposta ao pedido de Israel, a ONU emitiu um comunicado no qual afirma que considera “impossível que tal movimento ocorra sem consequências humanitárias devastadoras”. “A ONU apela veementemente para que qualquer ordem desse tipo, se confirmada, seja revogada, evitando o que poderia transformar a atual tragédia em uma situação calamitosa”, disse o porta-voz da ONU, Stéphane Dujarric.
A Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Próximo Oriente (UNRWA) disse que havia transferido seu centro de operações e sua equipe internacional para a parte sul de Gaza.
Segundo a ONU, 339 mil pessoas foram deslocadas na Faixa de Gaza em meio aos bombardeios israelenses. Dezenas de pessoas também estão desaparecidas ou mantidas como reféns pelo Hamas.
Hamas rejeita pedido de Israel
Em uma declaração no Telegram, o grupo terrorista Hamas, que controla essa região na Faixa de Gaza, disse aos palestinos para não atenderem às exigências israelenses de fugirem do norte da Faixa de Gaza para o sul. “Israel está se concentrando na guerra psicológica para atacar nossa frente doméstica e expulsar cidadãos”, disse o Ministério do Interior de Gaza.
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Em resposta, o principal porta-voz militar de Israel, o Contra-Almirante Daniel Hagari, disse que a responsabilidade pelo que acontecer aos residentes de Gaza que não deixarem a metade norte do enclave recairá “sobre a cabeça daqueles que lhes disseram para não se retirarem”, ou seja, o Hamas.
Começaram a guerra, então assumam as consequências, terrorista bom é terrorista morto..