Na reta final de seu mandato como presidente dos Estados Unidos, Joe Biden resolveu conceder perdão presidencial ao seu próprio filho, Hunter Biden. A decisão do democrata se deu na noite deste domingo, 1º.
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A decisão do atual chefe da Casa Branca detalha que o indulto concedido a Hunter é “total e incondicional”. Além disso, o perdão do presidente norte-americano abrange o período de 11 anos, não permitindo punição a quaisquer crimes “que ele cometeu ou pode ter cometido ou participado” de 1º de janeiro de 2014 a 1º de dezembro de 2024.
A decisão mostra mudança de postura do presidente dos EUA. Anteriormente, conforme resgata a emissora Fox News, o democrata havia prometido que não tomaria nenhuma medida que pudesse beneficiar diretamente Hunter. Ao assinar o indulto, Biden saiu em defesa do filho.
“Hoje, assinei um perdão para meu filho Hunter”, escreveu Biden. “Desde o dia em que assumi o cargo, disse que não interferiria na tomada de decisões do Departamento de Justiça e mantive minha palavra, mesmo tendo visto meu filho ser seletivamente, e injustamente, processado.”
O indulto presidencial ocorre a menos de dois meses de Biden deixar o cargo de presidente dos EUA. O mandato dele acabará em 20 de janeiro. Aos 81 anos, ele desistiu de concorrer à reeleição na disputa eleitoral deste ano e viu a sua aliada de Partido Democrata e atual vice-presidente norte-americana, Kamala Harris, perder para o republicano Donald Trump.
Quem é o filho que ganhou o perdão de Joe Biden
Robert Hunter Biden tem 54 anos e enfrenta diferentes acusações perante o Ministério Público e o Poder Judiciário dos EUA. Em junho deste ano, recebeu condenação em processo envolvendo porte ilegal de arma de fogo. Sem o perdão presidencial concedido por Joe Biden, ele corria o risco de pagar multa de US$ 750 mil, além de cumprir pena que poderia chegar a 25 anos de detenção.
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Além disso, Hunter se via em meio a um escândalo fiscal. O filho do presidente dos EUA foi alvo de acusação, em dezembro do ano passado. Conforme a denúncia, ela havia praticado nove diferentes crimes em esquema para evitar o pagamento de cerca de US$ 1,4 milhão de dólares. A ação ilícita, de acordo com os promotores responsáveis pelo caso, teria ocorrido de 2016 a 2019. Ele se declarou culpado em setembro, mas a pena ainda não tinha sido divulgada até o anúncio do perdão presidencial.
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Imaginem só por um instante o terremoto que seria se um ato como esse fosse assinado por qualquer presidente de direita, em qualquer país.
Fato repugnante, porém os indultos nos EUA são respeitados, diferente daqui em que o supremo interfere até nessa prerrogativa exclusiva do presidente da república.