O 8º Tribunal Oral Federal da Argentina engavetou um processo contra a vice-presidente do país, Cristina Kirchner, por “não constituir crime”. A peronista supostamente acobertou os iranianos acusados do atentado a bomba cometido em 1994 contra a associação judaica Amia, por meio da assinatura de um memorando com o Irã durante seu governo (2007-2015). O Ministério Público e as entidades que representam as famílias dos mortos podem recorrer.
“Estamos satisfeitos”, declarou Gregório Dalbón, advogado de Cristina, na quinta-feira 7, dia da decisão da Justiça. Dalbón chamou ainda de “invenção” o processo que estava sendo conduzido pelo juiz Claudio Bonadio, morto em 2020. Em maio deste ano, Cristina havia solicitado a anulação da ação devido ao que chamou de “interferências políticas”. Segundo ela, seu sucessor, Mauricio Macri, estaria instrumentalizando o caso para praticar “lawfare”.
O caso
O memorando com o Irã foi assinado em 27 de janeiro de 2013, com Cristina como presidente, e previa a criação de uma comissão especial para uma investigação conjunta entre os dois países sobre o atentado à Amia, que deixou 85 mortos e cuja autoria o sistema de Justiça argentino atribui a ex-funcionários do alto escalão do governo iraniano e da organização xiita libanesa Hezbollah.
A acusação contra Cristina Kirchner data de janeiro de 2015, quando o promotor Alberto Nisman, que investigava o atentado, alegou que a então presidente e vários de seus assessores supostamente tentaram encobrir suspeitos iranianos. Contudo, Nisman foi achado baleado e morto em seu apartamento quatro dias depois de formalizar a denúncia, e horas antes de depor contra Cristina no Congresso.
Leia também: “Argentina: o eterno flerte com o suicídio”, artigo publicado na Edição 68 da Revista Oeste
Justiça aparelhada, lá como aqui.
Mais um “descondenado”…
A justiça de lá deve ser igual a justiça de cá !!!!!!
Aqui na América Latina é tudo igual, mudam os cachorros mas a essência é a mesma.