Quarenta e sete militantes pró-democracia foram devolvidos à prisão nesta quinta-feira, 4, em Hong Kong após uma audiência de quatro dias, o que despertou temores no exterior sobre a repressão de Pequim no território semiautônomo. Este é o maior grupo de dissidentes processado até o momento em nome da lei de segurança nacional, imposta pela China em junho de 2020 na ex-colônia britânica para conter o movimento de contestação surgido em 2019. No domingo 28, os ativistas foram acusados de “subversão”. Vários países ocidentais condenaram a decisão dos magistrados, como os Estados Unidos e o Reino Unido, que acusaram Pequim de violar sua promessa de manter as liberdades vigentes em Hong Kong, feita durante a devolução desse território em 1997.
O Parlamento chinês analisará um projeto de reforma eleitoral para Hong Kong, que abriria o caminho para uma possível marginalização dos opositores no país. Os detidos representam toda a diversidade da oposição na ilha, de advogados veteranos pró-democracia até acadêmicos, trabalhadores sociais e jovens ativistas como Joshua Wong, que já estava detido por outro caso. A audiência, que começou na segunda-feira, 1º de março, pretendia estabelecer se os acusados, em prisão preventiva, deveriam permanecer presos ou não. Nesta quinta-feira, o juiz Victor So rejeitou dar liberdade sob fiança para 32 deles. “O tribunal conclui que não há razões suficientes para acreditar que eles não continuarão cometendo atos que possam colocar em risco a segurança nacional”, afirmou o magistrado. Por outro lado, So permitiu a liberdade sob fiança para 15 dos detidos, mas a Promotoria recorreu da decisão imediatamente e, até o momento, eles também permanecem na prisão. Os presos poderão apresentar um recurso no Tribunal Superior nas próximas 48 horas.
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Com informações da AFP
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