O lucro líquido das dez maiores farmacêuticas do mundo cresceu 41% durante o período da pandemia de covid-19. Do primeiro trimestre de 2020 a março deste ano, o valor passou de US$ 21,4 bilhões para pouco mais de US$ 30 bilhões.
A farmacêutica Pfizer foi a empresa que teve o maior ganho. O lucro líquido cresceu 130%. No balanço da companhia norte-americana, a alta no faturamento é atribuída à vacina contra a covid e ao remédio Paxlovid, destinado ao combate do vírus.
A Moderna — que não faz parte das farmacêuticas de maior receita — viu o lucro disparar. A companhia passou de um prejuízo trimestral de US$ 124 milhões (em 2020) para um lucro de US$ 3,7 bilhões no primeiro trimestre deste ano.
Entre as principais empresas, a exceção na alta de lucro foi a AstraZeneca. Embora o faturamento da companhia tenha crescido, o lucro caiu. Segundo a companhia, isso ainda é efeito da aquisição da farmacêutica Alexion, em dezembro de 2020, por US$ 39 bilhões. Além disso, a companhia vendeu a vacina contra a covid-19 a preço de custo durante a maior parte da pandemia.
A indústria alegou que o preço reflete o investimento grande das empresas em pesquisas. Como os investimentos podem ou não resultar em novas drogas, afirmam, esse risco tem de estar embutido no preço dos produtos que dão certo.
Um levantamento do Centro de Saúde Global do Instituto de Pós-Graduação de Genebra, na Suíça, mostrou que governos e entidades filantrópicas doaram ao menos US$ 7,6 bilhões para financiar a pesquisa de grandes indústrias farmacêuticas pela vacina contra o coronavírus. Entre as farmacêuticas, as que receberam o maior aporte são a Janssen (US$ 1 bilhão), a Moderna (US$ 957 milhões) e a BioNTech (US$ 800 milhões).
O governo dos Estados Unidos (US$ 2,2 bilhões) e o da Alemanha (US$ 1,5 bilhões) foram os maiores financiadores das pesquisas.