Um quarto vazamento foi detectado nesta quinta-feira, 29, nos gasodutos Nord Stream, cujas tubulações seguem paralelamente por 1,2 mil quilômetros pelo Mar Báltico, da Rússia até a Alemanha. Os vazamentos nos dois gasodutos foram detectados na segunda-feira 26 e a suspeita é de sabotagem, já que as estruturas são construídas para suportar impactos normais, mas não atos deliberados. O novo vazamento está do lado sueco.
Até o momento, Suécia e Dinamarca haviam mencionado três vazamentos, dois na parte que fica no mar territorial da Dinamarca e um, na Suécia. Os vazamentos acontecem em águas internacionais perto da ilha dinamarquesa de Bornholm, mas dentro das zonas econômicas exclusivas dos dois países.
A Guarda Costeira sueca não explicou o motivo da detecção tardia do novo vazamento, mas disse que os dois vazamentos em sua região estão localizados no mesmo setor. Também não confirmou as informações da imprensa sueca de que este novo vazamento é no gasoduto Nord Stream 2.
Até o momento, a Suécia havia informado um vazamento no Nord Stream 1. A Dinamarca localizou um vazamento em cada gasoduto. Os vazamentos estão provocando bolhas de vários metros de comprimento na superfície do mar que impossibilitam a inspeção imediata das tubulações, segundo as autoridades.
Os incidentes não afetam o suprimento de gás da Europa, porque os gasodutos não estão em uso desde setembro, quando a Rússia suspendeu por tempo indeterminado o fornecimento de gás pelo Nord Stream 1.
Com o incidente, a União Europeia disse que adotará medidas para proteger os sistemas de energia e ameaçou retaliar qualquer novo ataque.
Ao suspeitar de uma suposta sabotagem dos gasodutos, a Rússia disse que pretende marcar uma reunião no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas para que o governo norte-americano explique eventual relação com a sabotagem.
No começo do ano, o presidente Joe Biden disse que acabaria com o Nord Stream 2 se a Rússia invadisse a Ucrânia. Os Estados Unidos afirmam que as acusações russas são uma “operação de desinformação”.
Parece que o companheiro Brandon cumpriu a promessa…
Como analista político e militar, Scott Ritter, ex-oficial de inteligência da Marinha dos EUA e inspetor de armas da ONU, fez sua avaliação dos ataques aos oleodutos Nord Stream 2. A mídia ocidental já está especulando e sugerindo que a Rússia destruiu os oleodutos. Ritter considera essa suposição absolutamente implausível, porque seria um ato puro de auto-sabotagem da Rússia.
De acordo com Ritter, é do interesse dos EUA cortar o fornecimento de energia entre a UE e a Rússia para afirmar sua própria hegemonia e manter os supostos parceiros na UE.
“Agora está claro que os Estados Unidos estão cumprindo sua promessa. Fazer o quê? Atacar a Rússia? Eles não atacaram a Rússia. […] Eles atacaram a Alemanha. Eles atacaram a Suíça, porque a empresa Nord Stream 2 está sediada na Suíça. Eles atacaram a Europa porque é disso que se trata”, disse Ritter.