O manuscrito Clavis Prophjetarum (“Chave dos Profetas”), de autoria do padre Antônio Vieira (1608-1697), foi encontrado por um grupo de pesquisadores da Itália e de Portugal. A obra, dada como desaparecida há 300 anos, foi apresentada pela primeira vez na segunda-feira 30, em uma apresentação realizada na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, em colaboração com a Universidade Pontifícia Gregoriana, de Roma.
A historiadora portuguesa Ana Travassos Valdez foi a responsável por encontrar o Clavis Prophjetarum, em 2020. A obra estava nos arquivos da Biblioteca Gregoriana, na capital italiana. Por conta da pandemia de covid-19, o trabalho da pesquisadora precisou ser adiado, já que não era possível consultar o documento presencialmente.
“Após centenas de horas de transcrição e das análises de diversos laboratórios e especialistas, as dúvidas já não existem. É o original da Clavis“, afirmou ela, que é especialista no trabalho do jesuíta. A historiadora conta ainda que chegou a duvidar da veracidade da obra, por estar com “mau aspecto.”
O manuscrito passou por um processo de digitalização, para a continuidade dos estudos. “Acabou o mito de que o original não existe. Ele está aqui, e o trabalho para desvendar seus segredos apenas começou”, disse a historiadora.
O projeto segue agora em fase de transcrição. Se concluído, o manuscrito será a primeira obra completa de Antônio Vieira. Segundo Ana Valdez, os mistérios por trás do documento serão agora finalmente revelados. “Vamos ver as surpresas que saem de lá de dentro. É uma caixa de Pandora.”
E pensar que estudei um sermão do Padre Vieira no ginásio! Homem brilhante, grande nome do barroco literário. Boa notícia.