O gigante dos mares está de volta. Cinco anos depois que o primeiro filme Megatubarão exibiu o ícone dos filmes de ação Jason Statham lutando — com verossimilhança duvidosa, segundo os internautas — contra um gigantesco tubarão da época do Mioceno, chega às telonas a sequência: Megatubarão 2, mais um filme sobre o megalodonte assassino.
O trailer do longa mostra o protagonista afastando a descomunal mandíbula superior do animal com os próprios pés — e pulando sobre o tubarão com um jet ski. A qualidade do filme foi alvo de críticas, principalmente porque o diretor, o renomado Ben Wheatley, já dirigiu filmes de suspense e terror que lhe renderam prêmios como, por exemplo, o British Independent Film Award. Apesar da qualidade ruim do filme, a criatura pré-histórica retratada nele realmente existiu.
Os megalodontes
Os megalodontes reinaram soberanos nos oceanos até a extinção que, segundo os cientistas, teria ocorrido há cerca de 3,5 milhões de anos. A espécie foi, seguramente, o maior tubarão que já existiu — e um dos mais eficientes predadores marinhos conhecidos. Porém, só recentemente os paleontólogos conseguiram conhecer com mais clareza detalhes sobre o tamanho e o porquê o megalodonte cresceu tanto.
Dentes imensos
Os primeiros estudos sobre o megalodonte datam dos anos 1840, isso graças aos seus enormes dentes triangulares — encontrados com relativa abundância no registro fóssil. Aliás, o próprio nome “megalodonte”, de origem grega antiga, quer dizer “dente grande”. Atualmente, a espécie é classificada como Otodus megalodon.
Alguns dentes fossilizados chegam a medir cerca de 17 centímetros de comprimento — os dentes do tubarão-branco moderno, comparativamente, medem aproximadamente 7 centímetros, menos da metade, portanto, dos dentes do megalodonte. Não há registros fósseis completos do animal, porque o esqueleto dos tubarões é feito de cartilagem mole que não se fossiliza adequadamente.
Sora Kim, pesquisadora da Universidade da Califórnia, afirmou: “Realmente, nós não temos grandes evidências sobre a aparência do tubarão”.
Dificuldades para estimar o tamanho do tubarão
Os cientistas não têm certeza sobre o verdadeiro tamanho e a forma dos tubarões do Mioceno, os paleontólogos conseguem apenas formular estimativas sobre as dimensões do animal. O método é relativamente simples: os pesquisadores medem o tamanho dos dentes dos animais e os comparam com os dentes dos tubarões modernos. Depois, basta calcular o comprimento do corpo em escala.
Tal método, porém, é impreciso, porque os animais maiores não são meras versões ampliadas dos seus similares de pequeno porte. Vários artigos científicos indicam que o tubarão gigante poderia crescer até 20 metros; no entanto, de acordo com o Paleobiólogo Kenshu Shimada, da Universidade dePaul em Chicago, essas estimativas estavam equivocadas.
Hoje, o maior tubarão existente é o grande tubarão-branco, que pode chegar a 5 metros de comprimento.