Os fragmentos do IM1, considerado o primeiro meteoro interestelar, podem ter sido descobertos em meio as profundezas do Oceano Pacífico, durante uma expedição realizada por pesquisadores de Harvard. A informação foi publicada na plataforma Medium, no final de junho.
Segundo o físico Avi Loeb, professor de Harvard e um dos líderes da expedição, os achados medem menos de um milímetro e têm composição diferente do astro conhecido na Terra. “Não vou entrar em detalhes até terminarmos a análise em solo, mas encontramos padrões de composição que se desviam do que foi registrado no passado”, explicou Loeb.
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Loeb e sua equipe estavam em busca dos restos do CNEOS 2014-01-08, um meteoro que caiu na Terra em 2014 e havia sido captado por sensores do governo dos Estados Unidos, capturado pela Nasa. Depois de encontrar o registro, o físico concluiu que a velocidade de impacto do objeto e seu ângulo de entrada sugeriam que poderia ser de fora do Sistema Solar.
De acordo com os pesquisadores, eles encontraram cerca de 40 esférulas de ferro que seriam da rocha. No entanto, outros cientistas estão céticos quanto às origens dos fragmentos.
Origem do meteoro interestelar é um mistério
Loeb explicou que alguns dos elementos mais abundantes nas amostras são muito raros de serem encontrados na Terra, enquanto outros estão ausentes. Este parece ser o caso do níquel, elemento que costuma estar presente em até 10% dos meteoritos de ferro.
A proporção pode ser pouco comum, mas para outros astrônomos, ela não prova que as esférulas vieram de um objeto interestelar. “A alusão é de que não é como outras esférulas, mas ainda não sabemos isso”, disse David Jewitt, da Universidade da Califórnia. “E, na verdade, há grande dispersão na abundância de níquel nos outros (meteoros), especialmente naqueles no oceano.”
Assim, Loeb e sua equipe planejam levar o material para análises espectroscópicas, com o objetivo de identificarem os isótopos presentes nelas e, de acordo com as proporções deles em relação àquelas em outros meteoritos, podem ajudar a revelar de onde vieram os fragmentos.