Pouco depois que o Brasil foi escolhido como sede dos Jogos Olímpicos de 2016, em decisão anunciada em 2007, as Forças Armadas do Brasil, por meio do Ministério da Defesa, deram início ao Programa Atletas de Alto Rendimento (PAAR). A iniciativa, que teve início em 2008, foi uma maneira de incentivar os atletas que, no Brasil, têm encontrado dificuldade em manter patrocínios.
Nesta Olimpíada de Paris 2024, os integrantes do PAAR representam cerca de 35% da delegação brasileira, que levou 98 atletas militares em 21 modalidades. Das sete medalhas conquistadas até o momento, cinco foram por militares.
Um dos atletas do programa é Caio Bonfim, que é sargento e conquistou a medalha de prata na marcha atlética de 20 km, a primeira na modalidade para o Brasil.
No dia 30, a ginástica artística alcançou o bronze com as sargentos Jade Barbosa, Flávia Saraiva e Lorrane Oliveira. No dia 28, o sargento William Lima, do judô, conquistou a medalha de prata na categoria 66 kg. Outra judoca, Larissa Pimenta, também sargento, conquistou o bronze na disputa dos 52 kg.
No boxe, a peso-leve Beatriz Ferreira está na semifinal. Desta forma, a militar vai brigar pelo ouro, mas já garantiu medalha para o Brasil, já que não há repescagem e os semifinalistas da modalidade entram para a disputa com o bronze garantido.
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A judoca paulista Bia Souza, por exemplo, que, nesta sexta-feira, 2, ganhou a primeira medalha do Brasil na Olimpíada, é sargento do Exército. Ela recebe por mês um soldo de R$ 5,1 mil para cumprir as funções como militar. Com descontos, os valores caem para cerca de R$ 4 mil.
O incentivo, no entanto, é bem-vindo e tem surtido efeito, apesar de não solucionar os problemas do esporte brasileiro, ainda muito dependente do desempenho de esportistas notáveis, que acabam se tornando exceções.
“Acho que a existência deste programa é extremamente importante, ajuda muito os atletas e deve continuar”, afirma a Oeste o especialista em Esportes, Alberto Murray Neto, ex-atleta, advogado em atividade e árbitro da Corte Arbitral do Sport, instância máxima da jurisdição desportiva mundial.
Em seu blog, Murray Neto ressalta a importância da participação de toda a sociedade para o desenvolvimento do esporte no país.
“Não se constrói uma nação sem uma política de base que proporcione a massificação do esporte, desde o primário, até a Universidade, passando pelos clubes (centros formadores de atletas) e pelas Forças Armadas.”
Necessidade de bons resultados
O PRAAR auxilia atletas que já estão formados e competem com intensidade, com vistas ao desenvolvimento do esporte e a motivar a prática esportiva no país, entre outros objetivos. A iniciativa conta com 533 atletas em 35 modalidades.
“Marinha, Exército e Aeronáutica buscam proporcionar as melhores condições de treinamento, tempo e espaço para dedicação total dos atletas aos treinos”, informa o portal do Ministério da Defesa.
Os requisitos para a inscrição de um atleta começam com a participação voluntária no processo de seleção, por meio dos editais publicados nos anos vigentes no site da Força Aérea Brasileira (FAB), segundo o portal do ministério.
“Um dos requisitos é que o atleta tenha bons resultados e tenha participado de competições nacionais e internacionais em sua modalidade”, relata o portal.
Além disso, é necessária a participação em todas as etapas do cronograma do edital, desde a inscrição, passando por concentração inicial, inspeção de saúde, concentração final e habilitação à incorporação.
O atleta então, começa a fazer o Estágio de Adaptação para Praças (EAP) com a duração de duas semanas. Nesta fase ele faz curso sobre Regulamentos Militares, Ordem Unida, Mídia Training, Ética Profissional Militar, Estatutos Militares, História da Aeronáutica, Legislações Militares, entre outros assuntos.
Concluída esta etapa, com direito a cerimônia de encerramento, o atleta torna-se Terceiro Sargento do Quadro de Sargentos da Reserva de Segunda Classe Convocados (QSCon), que pertence à Comissão de Desportos da Aeronáutica. E deverá, segundo o regulamento, cumprir com responsabilidade todas as missões da instituição. Entre elas, representá-la bem nos Jogos Olímpicos. De preferência, com medalhas.
Esse programa não tem nada ver com os melancias que comanda as frouxas armadas atualmente
hmmm……. militar é…….. deve ter se empanturrado de melancia……..