O presidente do Chile, Sebastián Piñera, se tornou alvo de uma investigação instaurada nesta sexta-feira, 8, pelo Ministério Público do país. Os promotores se debruçam sobre a venda da mineradora Dominga por parte de uma empresa dos filhos do líder chileno, em uma operação revelada pelos chamados “Pandora Papers”.
O caso veio à tona no último fim de semana, com o vazamento de documentos de diversas autoridades por um grupo chamado Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (CIJI). “O procurador nacional [Jorge Abbott], na data de hoje, 8 de outubro, decidiu abrir uma investigação criminal pelos fatos associados ao que ficou conhecido como os ‘Pandora Papers’ e que têm relação com a venda da mineradora Dominga, que esteve vinculada à família do presidente Piñera”, anunciou à imprensa a chefe anticorrupção da Procuradoria, Marta Herrera. A pena por suborno é de cinco anos de prisão.
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Segundo ela, “o procurador nacional tomou essa decisão considerando que na época os antecedentes poderiam ter o caráter de crime de suborno, com seu correlato de suborno, e eventuais crimes tributários, questões que acabarão sendo todas objeto de uma investigação”. O caso ficará a cargo da procuradora regional Claudia Perivancich, da região de Valparaíso.
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No início da semana, em meio à grande repercussão das supostas irregularidades, Piñera se manifestou e negou qualquer conflito de interesses na venda da mineradora, que aconteceu em 2010, durante seu primeiro mandato como presidente do Chile, para um de seus amigos mais próximos.
Segundo os documentos divulgados, a mineradora foi vendida ao empresário Carlos Alberto Délano por US$ 152 milhões, em um negócio realizado nas Ilhas Virgens Britânicas, um paraíso fiscal.