Morreu nesta sexta-feira, aos 56 anos, o ex-piloto brasileiro Gil de Ferran, que fez sucesso no automobilismo nas décadas de 1990 e 2000. Na carreira, ele conquistou uma edição das 500 Milhas de Indianápolis e foi bicampeonato da Cart, atual Fórmula Indy.
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Gil de Ferran sofreu uma parada cardíaca nesta sexta-feira enquanto pilotava no circuito do Concours Club, um clube privado localizado na cidade norte-americana de Opa-Locka, na Flórida, Estado do sul dos Estados Unidos. Não houve acidente, pois o ex-piloto profissional passou mal e encostou nos boxes a tempo de ser levado ao hospital com vida, mas não resistiu.
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Nascido na França, filho do engenheiro mecânico Luc de Ferran, mas criado no Brasil desde os quatro anos, Gil de Ferran tinha nacionalidade brasileira e, embora nunca tenha alcançado a Fórmula 1, modalidade mais popular do automobilismo, viveu sua melhor algum tempo depois da morte de Ayrton Senna, em 1994. Por isso, herdou um pouco do carinho que os fãs de velocidade tinham pelo tricampeão da F1.
Gil de Ferran: da Fórmula 3 a títulos na Fórmula Indy
Gil de Ferran já havia vencido a Fórmula 3 em 1992, mas ficou mais conhecido ao chegar à Indy, em 1995. O primeiro título veio cinco anos depois, em 2000, correndo pela Penske, assim como no bicampeonato, conquistado no ano seguinte.
Em 2003, foi o vencedor da tradicional disputa das 500 Milhas de Indianapolis, em uma edição histórica para o automobilismo brasileiro. Na ocasião, o pódio contou ainda com as presenças de Helinho Castroneves e Tony Kanaan.
No início da carreira, em 1993, depois de se destacar na Fórmula 3, Gil chegou a participar de um teste da equipe Footwork para ingressar na Fórmula 1. A oportunidade, contudo, não se traduziu em uma vaga, até porque ele teve de lidar com uma batida na cabeça sofrida em meio a toda ansiedade e pressão da avaliação.
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“Depois de 20 ou 30 voltas deu cãibra nas costas, câibra na bunda, no punho e disse ‘meu Deus, eu preciso descer do carro’”, contou o ex-piloto em entrevista à jornalista Mariana Becker, da TV Bandeirantes, em 2020. “Falei que precisava ir ao banheiro. Moral da história: saí pensativo, olhando para baixo, pensando em como ia administrar o dia e não vi a tampa do armário do caminhão e pimba! Arregaçou um pedaço da minha cabeça. Tive que ‘tomar’ dez pontos e acabou o teste.”
Há um mês, ele concedeu entrevista ao canal BandSports.
Nas pistas e nos bastidores do automobilismo
Nos últimos anos, Gil de Ferran vinha trabalhando nos bastidores da principal categoria do automobilismo, pois atuava como consultor para a McLaren, equipe na qual também já foi diretor esportivo e responsável pelo departamento de Fórmula Indy. Antes, a saber, exerceu cargos diretivos nas extintas Honda e British American Racing.
Revista Oeste, com informações da Agência Estado
Uma pena.
Era um ótimo piloto.
que pena ! tão jovem..
Nunca irei esquecer de sua vitório nas 500 milhas de Indianápolis.
Depois de perdermos o Senna, ele foi uma pessoa que nos trousse orgulho.