Uma equipe de cientistas descobriu 13 múmias de ratos em altitudes acima de 6 mil metros, no Deserto do Atacama. O local fica nos Andes e é conhecido por ter paisagens que “lembram” Marte.
Segundo os pesquisadores, com temperaturas de até -40ºC e vegetação muito abaixo do topo das montanhas, os cumes dos Andes possuem um ambiente extremamente hostil para que esse tipo de vida fosse encontrado no local.
Conforme o estudo, publicado no site Current Biology em 23 de outubro, as múmias de ratos revelam que a espécie é o mamífero que vive no lugar mais alto no mundo.
Leia também: “Contaminação por fungo deixa 7 pessoas cegas em mutirão de cirurgias de catarata”
Batizados Phyllotis vaccarum, esses animais são comumente encontrados nas montanhas dos Andes, em altitudes mais baixas, até o nível do mar.
Outras múmias de ratos encontradas
Em 2020, um rato vivo havia sido registrado no cume do Llullaillaco, um vulcão de quase 7 mil metros de altitude, na fronteira com o Chile.
De acordo com Jay Storz, coautor do estudo novo e do realizado em 2020, atualmente, o antigo rato detém o recorde mundial de mamífero vivo em local mais alto.
Sotrz revela que a descoberta do animal estimulou as expedições em 21 vulcões diferentes. Os 13 ratos mumificados haviam sido encontrados nos vulcões Salín, Púlar e Copiapό.
“Cada vez que encontramos algo nessas altitudes extremas, ficamos completamente impressionados”, disse o pesquisador. “É realmente difícil exagerar quão inóspitos são esses ambientes.”
Leia mais: “Antigo texto bíblico é descoberto na Judeia”
De acordo com o coautor da pesquisa, no cume dos vulcões, cada lufada de ar (ventania) contém apenas cerca de 40% do oxigénio disponível ao nível do mar.
As temperaturas raramente sobem. Elas chegam acima de zero com frequência. Há ainda forças de vento extremamente fortes, que podem chegar a 185 km/h.
Diversos pesquisadores descrevem o ambiente como semelhante ao de Marte. Em 2021, cientistas da Nasa estudaram o local para “compreender como os blocos de construção da vida podem responder às condições marcianas ao longo do tempo”.