Na abertura da 46ª sessão do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, o chanceler Ernesto Araújo criticou a censura das big techs e defendeu a preservação da liberdade. Segundo o ministro das Relações Exteriores, o “tecnototalitarismo” é preocupante. Escritor, Araújo utiliza o termo para definir o controle autoritário das sociedades por meio das novas tecnologias. Reportagens e artigos publicados na Revista Oeste mostram como as redes sociais se tornaram mecanismos com estrutura quase ditatorial do pensamento.
“A maré crescente de controle da internet por diferentes atores, movidos por objetivos econômicos ou ideológicos, precisa ser detida”, salientou o chanceler, na segunda-feira 22, ao mencionar que as tecnologias têm sido submetidas à censura, à vigilância e à criação de controle social. “O grande desafio é aquilo que chamo de ‘tecnototalitarismo’, do bloqueio de plataformas e sites até o controle de conteúdo e informações, das medidas judiciais e leis que criminalizam atividades on-line até o emprego abusivo equivocado de algoritmos”, acrescentou o ministro.
Além disso, o chanceler alertou para os perigos provocados por restrições adotadas para o combate ao surto de covid-19. Conforme Araújo, as “liberdades fundamentais são ameaçadas por desafios crescentes” e a crise sanitária contribui para essa tendência. “Sociedades inteiras estão se habituando à ideia de que é preciso sacrificar a liberdade em nome da saúde. Não critico as medidas de lockdown ou semelhantes que tantos países aplicam. Mas não se pode aceitar um lockdown do espírito humano, que depende fundamentalmente da liberdade para exercer a sua plenitude”, concluiu.
Leia a entrevista que a Revista Oeste fez com Ernesto Araújo
Concordo. Só quem pode regular as liberdades é a própria sociedade, e isso, através dos seus representantes eleitos democraticamente, pelo voto auditável.