A ditadura de Daniel Ortega, na Nicarágua, aceitou libertar 135 presos políticos por meio de um acordo firmado com os Estados Unidos. Entre eles estão pastores, leigos católicos e líderes de um ministério cristão que atuava no país.
Segundo denunciou a Alliance Defending Freedom (ADF), grupo norte-americano de advogados que defendem as liberdades de expressão e religiosa, todos os libertados haviam sido condenados ilegalmente.
A ADF assumiu a responsabilidade de defender os religiosos presos, ao apresentar petições em nome deles à Comissão e Corte Interamericana de Direitos Humanos.
+ Leia mais notícias de Mundo em Oeste
Os 11 líderes presos por Ortega receberam sentenças de 12 a 15 anos de prisão, além de multas que ultrapassam os R$ 440 milhões, segundo a ADF.
Em comunicado assinado por Antony Blinken, o Departamento de Estado norte-americano informou que os presos políticos “chegaram em segurança à Guatemala”, país também localizado na América Central, “depois da detenção injusta”.
Washington acrescentou que eles foram presos “por exercerem suas liberdades fundamentais de expressão, de associação e reunião pacífica, e de religião ou crença”.
As prisões foram anunciadas pela Nicarágua em dezembro do ano passado. O regime informou que as detenções eram resultado de uma investigação de lavagem de dinheiro sobre os 11 líderes religiosos, além de três cidadãos norte-americanos.
Os 11 pastores são membros da Igreja Puerta de la Montaña, filial de um ministério cristão norte-americano, cujo propósito é “recrutar, treinar, comissionar e enviar ministros cristãos ordenados para espalhar o Evangelho”.
A filial funcionava de forma legal na Nicarágua, mas sua autorização para operar no país foi revogado pelo governo, sem nenhuma notificação judicial. O regime apreendeu todas as propriedades e ativos do ministério.
Leia mais:
Segundo a ADF, o regime de Ortega não conseguiu apresentar nenhuma evidência de crime cometido pela filial, que, assim como os Estados Unidos, considerou o processo fraudulento. Os pastores permaneceram na prisão por mais oito meses, sem contato com advogados ou familiares.
Em março deste ano, foi proferida uma condenação formal, com sentença a 11 líderes religiosos. As penas variam entre 12 e 15 anos, além do pagamento de mais de US$ 80 milhões em multas por pessoa.
O caso chamou atenção de congressistas norte-americanos, que tomaram a iniciativa de enviar uma carta ao regime da Nicarágua para exigir a libertação imediata dos detidos. Ao todo, 58 políticos assinaram uma carta enviada ao embaixador da Nicarágua em Washington. No documento, os políticos expressam preocupação com as violações da liberdade religiosa no país.
A Nicarágua persegue cristãos há anos
Desde abril de 2018, a Nicarágua vive uma guinada autoritária sob a Presidência de Daniel Ortega. Na ocasião, ocorreram protestos generalizados contra o regime, inclusive com a participação de líderes cristãos, que levantaram sua voz para denunciar as violações de direitos humanos pela ditadura.
Além da perseguição e da prisão de líderes religiosos, houve o confisco de propriedades de igrejas, escolas cristãs e estações de televisão. Instituições de caridade foram fechadas. Igrejas na Nicarágua também passaram a ser monitoradas e intimidadas com frequência.
Cidadãos que forneceram abrigo e assistência médica durante os protestos de 2018 continuam a sofrer retaliações, seis anos depois. Na Páscoa de 2023, a polícia proibiu as procissões durante a Semana Santa, principal período do calendário litúrgico da Igreja Católica.
Mudanças na legislação nicaraguense são usadas para rotular os líderes de igreja como terroristas e conspiradores de golpes contra Ortega. Também há denúncias de que o governo quer controlar os assuntos da igreja, tais como dízimos e ofertas.
Segundo a ditadura, os religiosos receberam essa punição por incitar e promover “a violência, o ódio, o terrorismo e a desestabilização econômica, perturbando a paz, a segurança e a ordem constitucional”.
Conforme a Associação Portas Abertas, que monitora a perseguição aos cristãos em todo o mundo, “o objetivo do governo não é simplesmente silenciar a voz dos cristãos, mas manchar sua credibilidade e impedir a propagação da sua mensagem”.
Leia também: “A Nicarágua entra no clube das ditaduras”, artigo de Dagomir Marquezi publicado na Edição 86 da Revista Oeste
O anão diplomático chamado Lula não conseguiu nem sequer ser atendido pelo telefone pelo seu camarada comunista. Um pamonha ladrão!