O encolhimento demográfico, previsto a partir de 2064, pode estar relacionado ao stress de interações sociais sem sentido, de acordo com um artigo de revisão publicado na revista norte-americana Endocrinology. “O crescimento contínuo da população e o inchaço das metrópoles, aliados ao avanço das redes sociais e de relações interpessoais vazias ou opressivas contribuem para o isolamento e o stress crônico”, defende o cientista Alexander Suvorov, Ph.D., da Universidade de Massachusetts Amherst, em seu artigo. “Esse conjunto de fatores incide na mudança de comportamento sexual e na fisiologia reprodutiva”, completa.
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A teoria traz nova luz à pesquisa da Universidade de Washington, nos Estados Unidos, que prevê um salto de crescimento da população mundial, calculada hoje em 7,8 bilhões, até atingir um pico de 9,7 bilhões em 2064, antes de cair para 8,8 bilhões em 2100. Os pesquisadores atribuem a queda vertiginosa à taxa de fecundidade total — que representa o número médio de filhos que uma mulher tem ao longo da vida —, ao maior acesso a métodos contraceptivos e à educação sexual.
Sem desconsiderar os fundamentos comportamentais, Suvorov acredita que alterações biológicas, importantes e ainda desconhecidas, também estão ocorrendo. Entretanto, mais pesquisas são necessárias para avaliar a correlação entre o nível de cortisol no sangue — provocado pelo stress crônico — , o impacto dos fatores psicológicos e as consequências no sistema reprodutivo. “Uma melhor compreensão da cadeia causal pode ajudar a desenvolver intervenções para tratar a infertilidade e outras condições reprodutivas.”
E certamente com a população mundial sendo testada, digo, vacinada em massa, alterações metabólicas podem alterar a fertilidade humana, além de outras consequências que ainda não sabemos…