O Centro para a Defesa e Justiça (CDJ) denunciou que 109 defensores dos direitos humanos foram atacados no primeiro semestre do ano na Venezuela
Pelo menos 109 pessoas e organizações que defendem os direitos humanos na Venezuela sofreram ataques no primeiro semestre de 2020. De acordo com o Centro para a Defesa e Justiça (CDJ), a repressão se agravou durante a pandemia do coronavírus.
“A política de criminalização da defesa e da exigência dos direitos humanos foi exacerbada durante o Estado de Emergência que foi decretado em 13 de março. O Estado Venezuelano continua agredindo a quem defende os direitos humanos, pois considera eles inimigos internos”, denunciou a CDJ.
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A ONG venezuelana contabilizou 51 ataques no primeiro trimestre e outros 58 entre abril e junho, meses que o país ficou de quarentena por conta da pandemia. Segundo os dados divulgados pelo regime de Nicolás Maduro, que são amplamente contestados pela comunidade internacional, o país conta com 9.465 pessoas contaminadas pelo coronavírus e 89 mortos.
A CDG denunciou que as pessoas mais atacadas foram profissionais da saúde, trabalhadores de organizações humanitárias e jornalistas. Ativistas sociais, líderes sindicais e defensores dos direitos humanos também sofreram perseguição.
As formas mais utilizadas foram “atos de intimidação de hostilização, perseguições, detenções arbitrárias, judicialização, ameaças e morte e ataques digitais”. A informação foi divulgado pelo jornal venezuelano El Nacional.
Ataques da ditadura
De acordo com a denúncia, 35% desses ataques foram realizados por organismos de imprensa controlados pelo governo, 31% por funcionários do Estado, 12% pelos órgãos de segurança e 22% dos ataques não foram especificados.
No segundo trimestre, informa o CDJ, os venezuelanos não deixaram de protestar por causa da crise econômica. “Se colocou em evidência o sistemático agravamento na repressão das organizações que defendem os direitos humanos na Venezuela”.
A ONG pede uma investigação e eventualmente a punição dos responsáveis. “O direto de se defender acabou virando um trabalho de alto risco”, concluiu.
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