Desde setembro, quando começou uma onda de protestos no Irã, cerca de 14 mil pessoas foram presas e pelo menos 277 foram mortas, de acordo com dados da Organização das Nações Unidas (ONU).
O relator especial sobre a situação dos direitos humanos na República Islâmica do Irã, Javaid Rehman, disse na quarta-feira, que “nas últimas seis semanas, milhares de homens, mulheres e crianças — segundo alguns relatos, mais de 14 mil pessoas — foram presos”. Entre essas pessoas, estão “defensores de direitos humanos, estudantes, advogados, jornalistas e ativistas da sociedade civil”.
Em um discurso ao Conselho de Segurança da ONU, Rehman disse que a “resposta violenta inabalável das forças de segurança” no país levou à morte de pelo menos 277 pessoas nesse período de seis semanas.
Rehman também fez referência à decisão do Irã de realizar julgamentos públicos para mil pessoas presas por envolvimento com os protestos, observando que algumas das acusações levam à pena de morte. Segundo a mídia estatal iraniana — porta-voz do governo —, essas mil pessoas foram indiciadas na Província de Teerã e poderão ter um julgamento público.
As manifestações foram iniciadas em razão da morte de Mahsa Amini, uma mulher curdo-iraniana de 22 anos, dentro de uma prisão iraniana, em 16 de setembro. Ela foi detida porque usava o véu islâmico de forma inapropriada. As autoridades disseram que ela morreu de causas naturais. A família, no entanto, garante que foi assassinada.
Com esse estopim, os protestos em todo o Irã se uniram em torno de uma série de queixas contra o regime. Cada vez mais, ativistas e especialistas estão caracterizando os protestos como uma revolta nacional e um dos maiores desafios para o regime iraniano desde sua fundação.
Daqui a pouco chega por aqui essas prisões arbitrárias e julgamentos em massa, aliás o Xandão já está nesse caminho a passos largos!