O major Rafael Rozenszajn, brasileiro que faz parte das Forças de Defesa de Israel, disse nesta segunda-feira, 4, que nem sempre se pode confiar nas informações da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre a guerra entre o país e grupos terroristas.
“Infelizmente, muitas vezes, a posição da ONU não reflete o ponto de vista do Exército israelense, isso não quer dizer que a ONU é a dona da verdade e dos fatos”, considera o militar. Como exemplo, ele cita uma operação israelense na aldeia de Null Shams, na Cisjordânia.
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Nessa operação, a Força Aérea israelense eliminou os terroristas Abdelazez Abu Saman e Ahmed Farmaoui, que estavam diretamente envolvidos em ataques terroristas e em plantação de explosivos contra tropas de Israel na região. Alguns terroristas utilizaram um hospital para se esconder e contrabandear suas armas para o complexo hospitalar.
“Agora eu pergunto, vocês acham que o comissário-geral da UNRWA condenaria o terrorismo, verificaria os fatos e definitivamente não espalharia a propaganda terrorista?”, questionou, de forma retórica. “Bem, se você pensou que sim, infelizmente você pensou errado”.
A UNRWA, Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Próximo Oriente, é um órgão da ONU que atende refugiados palestinos e seus descendentes que vivem na Faixa de Gaza, na Cisjordânia, na Jordânia, no Líbano e na Síria.
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Na última segunda-feira, 28, o Parlamento de Israel proibiu as operações da agência no país e aprovou uma lei que a designou como organização terrorista. Nesta segunda-feira, 4, Israel anunciou formalmente a proibição.
A entidade alegou que seus escritórios em Nour Chams foram destruídos por soldados israelenses, o que Rozenszajn assegura ser falso. “Os terroristas colocaram explosivos nas proximidades dos escritórios da UNRWA, que foram detonados numa tentativa de ferir os soldados israelenses”.
“Seria lógico pensar que o comissário-geral da UNRWA condenaria o terrorismo, verificaria os fatos e definitivamente não espalharia nem participaria em propaganda terrorista, mas essa lógica nem sempre está correta na prática”, conclui o major. “Suas reclamações deveriam ser dirigidas aos terroristas que exploram sua infraestrutura, e não aos soldados que operam contra o terrorismo.”.
Israel encerra acordo com órgão da ONU de ajuda a palestinos
Nesta segunda-feira, 4, Israel comunicou oficialmente o fim do acordo com a UNRWA, que estava em vigor desde 1967. A legislação aprovada em outubro proíbe a cooperação com a entidade, que fornece assistência a milhões de palestinos na Cisjordânia e em Gaza.
Israel critica a UNRWA, criada depois da guerra de 1948, sob a acusação de parcialidade contra Israel e de manter os palestinos como refugiados permanentes. Desde o começo do conflito em Gaza, Israel alega que o Hamas infiltra a UNRWA no território.
A nova legislação gerou preocupações na ONU e entre aliados ocidentais de Israel. Eles temem o agravamento da situação em Gaza, onde Israel luta contra o Hamas há um ano. O embaixador de Israel na ONU, Danny Danon, disse que, mesmo com provas da infiltração do Hamas na UNRWA, a organização internacional não agiu para mudar o cenário.
A lei não proíbe diretamente as operações da UNRWA na Cisjordânia nem em Gaza. No entanto, dificultará suas atividades nessas regiões. O Ministério das Relações Exteriores do país informou que expandirá as atividades de outras organizações internacionais. O órgão explicou que fará “preparativos para encerrar a conexão com a UNRWA e aumentar alternativas à UNRWA”.
Leia também: “O braço terrorista da ONU”, reportagem de Miriam Sanger sobre a UNRWA publicada na Edição 233 da Revista Oeste