O Partido Comunista da China (PCC) testou uma arma hipersônica em julho que permite disparar um míssil de um “veículo planador” (capaz de carregar ogivas nucleares) a uma velocidade cinco vezes superior à do som.
A informação consta em reportagem do jornal Financial Times (FT), publicada no domingo 21. Até o momento, nenhum país demonstrou a mesma capacidade militar em avaliações com equipamentos assim.
No teste, ao atingir determinada altura, o míssil balístico se separou do veículo e conseguiu manobrar e atingir velocidade hipersônica durante o voo sobre o Mar do Sul da China, palco de tensões geopolíticas.
Especialistas do Pentágono ouvidos pelo FT informaram que desconhecem como o PCC superou as restrições da física, disparando mísseis de um veículo viajando a velocidades hipersônicas.
O que são as armas hipersônicas
Existem dois tipos de armas hipersônicas: 1) um míssil altamente manobrável, impulsionado por um motor; 2) um veículo planador. Além da rapidez, a vantagem é a de que o projétil dificilmente pode ser rastreado.
Em 2019, o Partido Comunista da China testou pela primeira vez com sucesso o Xingkong-2 (“Céu Estrelado-2”). Trata-se de uma aeronave hipersônica não tripulada que viajou, segundo o governo chinês, a 7,3 mil quilômetros por hora. Portanto, seis vezes mais rápida que a velocidade do som, capaz de dar uma volta completa na linha do Equador em menos de duas horas.
O veículo planador hipersônico é uma espaçonave — não muito diferente do ônibus espacial — lançada em órbita em um foguete. Em seguida, ele entra novamente na atmosfera e voa em direção ao seu alvo a mais de cinco vezes a velocidade do som.
Preocupação com o Partido Comunista da China
“Esse desenvolvimento é preocupante, como deveria ser para todos os que procuram a paz e a estabilidade na região e além dela”, declarou ao FT um porta-voz do Conselho Nacional de Segurança dos EUA.
Leia também: “O jogo do gigante”, reportagem publicada na Edição 58 da Revista Oeste