Todos os integrantes da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) receberam com entusiasmo o possível ingresso da Finlândia e da Suécia na aliança militar, exceto um, a Turquia. Nesta quarta-feira, 18, Ankara impediu a votação antecipada que iniciaria o processo de adesão de Helsinki e Estocolmo.
“Por razões políticas, paroquiais e irrelevantes, o presidente Recep Tayyip Erdogan adotou uma linha dura para descarrilar os possíveis membros”, diz artigo publicado no The Wall Street Journal. Isso levanta a seguinte questão: a Turquia, sob a liderança de Erdogan, pertence à aliança militar ocidental?
Exceto a decisão de permitir a venda de drones de combate turcos para a Ucrânia, Ankara ofereceu pouco mais que uma diplomacia ruidosa. Erdogan tentou se posicionar como um mediador da paz entre Moscou e Kiev, assim como fez no conflito entre os Estados Unidos e o Talibã no ano passado.
Desde a invasão da Ucrânia, Erdogan se recusou a aplicar sanções ao Kremlin e permitiu que o país se tornasse um refúgio para os oligarcas russos.
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Há um motivo para isso. A economia turca está mal das pernas, o que fez seu presidente precisar de apoio econômico dos russos. Enquanto os cidadãos médios observam o crescente aumento do preço de bens básicos, Erdogan continua a irrigar seus aliados com contratos estatais generosos, por meio de licitações não competitivas. Há um método.
“O apoio da Rússia sustenta o regime de Erdogan e fornece ao presidente turco um aliado antidemocrático”, avaliam Joe Lieberman, ex-senador norte-americano de Connecticut (1989-2013), e Mark D. Wallace, ex-embaixador dos EUA na Organização das Nações Unidas (ONU).
A liberdade e a transparência na Turquia sofreram sob o comando de Erdogan. Segundo o Índice Global de Percepção de Corrupção de 2021, o país é o 96º mais bem avaliado — abaixo da 77ª posição observada em 2003, quando o atual presidente assumiu o cargo. Já o Índice Global de Democracia de 2021 pôs a Turquia em 103º lugar, abaixo do 88º verificado em 2006. Finlândia e Suécia ficaram em primeiro e quarto lugares, respectivamente, no Índice de Percepção de Corrupção, e sexto e quarto no Índice Global de Democracia.
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“Os oligarcas próximos a Erdogan têm sistematicamente comprado a mídia turca”, afirmam Lieberman e Wallace. “O governo prendeu muitos jornalistas de oposição, de modo a transformar uma imprensa doméstica outrora desenfreada em órgãos de propaganda. Minorias religiosas e étnicas enfrentam perseguições diárias, e os direitos das mulheres foram pisoteados.”
Segundo Lieberman e Wallace, o maior fracasso estratégico da Otan nas últimas duas décadas foi jogar para baixo do tapete a intenção maligna do presidente da Rússia, Vladimir Putin. “A aliança corre o risco de repetir o mesmo erro com Erdogan”, observam.
A Otan hoje é um braço político da UE , EUA e globalistas, o negócio hoje é criar conflitos de interesses , para eles a Otan tem como finalidade a política de detenção da Rússia, com óbvios dividendos políticos , para a Rússia é uma questão de vida ou
morte , uma ameaça real aos seus interesses e a sua própria existência afirma Putin, não existe humanização nessa política nefasta de ambos os lados.
efetivamete a Turquia tem problemas vista a inflação de 70%.
Lieberman e Wallace são eterodirigidos .
Erdogan – mesmo de ideologia oposta- segue a politica de Ataturk.
A Otan que pague.