Uma equipe de astrônomos sugere que há um planeta gigante de gelo “escondido” nos confins do Sistema Solar. O astro estaria na Nuvem de Oort, região extremamente afastada do sol. Uma prévia do estudo foi publicado no site arXiv, em 19 de junho.
Os cientistas buscam o Planeta 9, um objeto hipotético próximo aos objetos transnetunianos extremos (ETNOs), que ficam muito distante da órbita de Netuno. Alguns cálculos no artigo sugerem chances de 7% de existir um planeta escondido na Nuvem de Oort. Essa região esférica é formada principalmente por pedaços de gelo.
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Modelos atuais sugerem que a região é formada por cerca de trilhões de cometas que medem mais de 1 quilômetro de diâmetro, e bilhões com 20 quilômetros de diâmetro. A Nuvem de Oort está a uma distância entre 5 mil e 100 mil unidades astronômicas. Uma unidade astronômica equivale à distância média entre a Terra e o Sol.
Sobre o planeta de gelo
O astrônomo Nathan Kaib, do Planetary Science Institute e coautor do estudo, disse que a questão trata de “uma classe de planetas que definitivamente deveriam existir, mas recebem relativamente pouca atenção”. Planetas gigantes como Júpiter, Saturno, Urano e Netuno nascem com “gêmeos”, que poderiam ser expulsos para longe de suas órbitas originais.
Visto atração gravitacional intensa, esses astros se chocam com seus gêmeos, o que resulta em um deles ser empurrado para fora do Sistema Solar que, nessa época, ainda tentava se estabilizar. Então, um planeta teria sido capturado por algum objeto da Nuvem de Oort.
Segundo o pesquisador Sean Raymond, do Laboratório de Astrofísica da Universidade de Bordeaux (França) e o principal autor do estudo, caso esse evento tenha realmente acontecido, “os planetas sobreviventes têm órbitas excêntricas (elípticas, em vez de circulares), que são como as cicatrizes de seus passados violentos”.