Em meio ao início das negociações entre setores da oposição e a ditadura de Nicolás Maduro na Venezuela, o presidente autoproclamado do país, Juan Guaidó, afirmou que todos os espaços ocupados por adversários do regime devem ser bem aproveitados. O líder venezuelano disse que seu principal objetivo neste momento é assegurar uma transição democrática e viabilizar eleições gerais sob supervisão internacional independente.
“Nisso entra o Acordo de Salvação Nacional que estamos propondo, para juntar as iniciativas surgidas durantes anos pela resistência democrática, que resistiu a torturas, ameaças, prisões, mas também necessitamos da pressão internacional e as garantias de nossos aliados em nível internacional”, disse Guaidó em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo.
Leia mais: “Pobreza atinge 96% dos venezuelanos”
“Queremos dar garantias a todos os setores, não apenas à resistência democrática, mas também aos militares, por exemplo, que sustentam hoje o regime de Maduro, cumprindo o acordo. O Acordo de Salvação Nacional vem para agrupar todos esses movimentos e propor uma alternativa viável, que reconheça a existência de uma ditadura na Venezuela, mas também a necessidade de dar garantias a todos os setores. Os que querem mudanças são maioria no país”, prosseguiu o líder venezuelano.
Leia também: “Maduro acusa CIA de planejar ‘agressão’ contra Venezuela”
Guaidó afirmou ainda que “as ameaças veladas continuam”. “Mas, de novo eu falo, estamos em uma ditadura e precisamos valorizar cada espaço que tenhamos para exercer a maioria e poder organizar e mobilizar as pessoas. Estamos lutando para que as eleições tenham como resultado a vontade da maioria da população e não uma ação simbólica por parte do governo em um momento de dificuldade”, disse.
Leia também: “Migração de venezuelanos para os EUA bate recorde”