O primeiro-ministro do Haiti, Ariel Henry, afirmou que foi alvo de uma tentativa de assassinato durante as celebrações pelo feriado nacional no último fim de semana, na cidade de Gonaïves, a 150 quilômetros da capital, Porto Príncipe. As declarações foram dadas em entrevista à Agência France-Presse (AFP).
“Tentaram algo contra mim, pessoalmente. Minha vida está na mira dessas pessoas”, disse Henry. Ele comanda o governo do país desde o assassinato do ex-presidente Jovenel Moïse, em julho do ano passado.
No sábado, houve confrontos entre a polícia e milícias locais. O premiê haitiano e outras autoridades do governo tiveram de deixar às pressas a cidade, onde foi declarada a independência do país, em 1º de janeiro de 1804.
Fotos divulgadas pelo gabinete do primeiro-ministro mostram marcas de tiros no veículo blindado que transportava Henry.
“Eu sabia que estava correndo esse risco. Não se pode aceitar que bandidos, por motivos pecuniários desprezíveis, queiram chantagear o Estado”, afirmou Henry depois da suposta tentativa de atentado.
A investigação sobre o assassinato de Moïse, há seis meses, segue em ritmo lento, embora quase 20 suspeitos de envolvimento no crime tenham sido presos. Por falta de provas, um dos homens detidos em outubro, na Jamaica, será libertado. Ele é colombiano e retornará a seu país.
Segundo o primeiro-ministro do Haiti, as forças nacionais de segurança têm condições de combater as milícias e garantir estabilidade ao país. “Até agora, jamais solicitei tropas estrangeiras”, disse. “Com os nossos homens, com a nossa polícia, iremos conseguir, temos de conseguir.”