Para Alexander Lukashenko, presidente da Bielorrússia desde 1994, a Rússia e a Polônia estão trabalhando contra a sua campanha
O presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko, acusou a Rússia e a Polônia de tentarem interferir na campanha para a eleição presidencial no país. De acordo com o líder bielorrusso, os dois países querem desacreditá-lo.
Antigo chefe de uma fazenda coletiva quando o país era parte da União Soviética, Lukashenko comanda o país com mão de ferro há 26 anos. A oposição do país é tolerada, mas em pequeno número.
Com quase 10 milhões de habitantes, Bielorrússia é um país no Leste Europeu. É considerado por grande parte dos países da União Europeia como uma ditadura, a última do continente.
Pela primeira vez desde que assumiu o poder em 1994, Lukashenko sofre o risco de perder a eleição que está marcado para 9 de agosto. O país teve a economia muito afetado pela pandemia e a atitude negacionista de Lukashenko, que chegou a indicar vodca e sauna contra o vírus, não foi bem vista pela população.
A acusação contra os seus vizinhos aconteceu em um evento com embaixadores. Lukashenko afirmou que forças externas estão por trás dos seus oponentes e que eles estão disseminando informações contra ele e sua família.
“Está claro que há alguém por trás deles. eles vivem na Polônia e recebem suprimentos da Rússia”, disse o presidente que completou: “Eu vou falar sobre isso em um encontro que terei com o presidente Putin”, de acordo com a agência de notícias Reuters.
Rússia nega interferência
O porta-voz do governo russo, Dmitry Peskov, negou a acusação feita por Lukashenko. “A Rússia nunca, e não possui a intenção, de interferir em processos eleitorais, particularmente em um dos nossos maiores aliados”, afirmou.
Bielorrússia e a Rússia são aliados tradicionais. No entanto, nos últimos meses a Rússia cortou os subsídios ao governo de Lukashenko, o que acabou enfraquecendo a perceria.
O principal adversário de Lukashenko, Viktor Babariko, é acusado, por membros do governo da Bielorrússia, de ser controlado pelos Russos. Antes de se lançar candidato, Babariko foi presidente da Belgazprombank, a unidade regional da Gazprombank, um dos maiores bancos da Rússia.