O presidente da Rússia, Vladimir Putin, aprovou nesta segunda-feira, 7, uma lista de países considerados hostis à Rússia. A relação foi criada em virtude das sanções aplicadas em resposta à invasão da Ucrânia. O decreto estabelece que cidadãos, empresas e instituições russas com dívidas em moeda estrangeira com credores da listagem poderão pagá-las em rublos.
Os países considerados hostis à Rússia são: Estados Unidos, os membros da União Europeia (UE) e a Ucrânia, além de Albânia, Andorra, Austrália, Canadá, Coreia do Sul, Islândia, Japão, Liechtenstein, Macedônia do Norte, Micronésia, Mônaco, Montenegro, Noruega, Nova Zelândia, Reino Unido, San Marino, Singapura, Suíça e Taiwan.
Sanções ao governo da Rússia
Depois da invasão à Ucrânia, em 24 de fevereiro, várias sanções foram impostas ao governo da Rússia. Entre elas, destaca-se a retirada, feita pela UE, de bancos do país do sistema Swift, criado para facilitar a transferência internacional de valores financeiros.
Conflito em curso
Russos e ucranianos entraram hoje no 12º dia de conflito armado. Também hoje ocorre a terceira rodada para um cessar-fogo entre os dois países.
O Exército da Rússia chegou à capital da Ucrânia, Kiev, no segundo dia da invasão. Ainda assim, eles não a controlam, e o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, se recusa a se render, renunciar ou mesmo deixar o território. Porém, a segunda cidade mais importante do país, Zaporizhzhia, e a usina nuclear localizada em seu território (a maior da Europa) passaram para o domínio russo.
Na manhã desta desta segunda-feira, o Ministério da Defesa russo, anunciou a criação de seis corredores humanitários para a passagem de civis e provisões. Na segunda rodada de negociações, realizada na quinta-feira 3, rotas similares foram criadas.
Crimes de guerra
Karim Khan, principal promotor da Corte de Haia, revelou na quinta-feira 3 que enviou um grupo para investigar possíveis crimes de guerra no conflito entre Rússia e Ucrânia. Imagens da agressão mostram alvos civis sendo atingidos pelas Forças Armadas russas desde o primeiro dia de conflito.
Em razão da escalada de violência, o presidente ucraniano anunciou no domingo 29 que abriria uma denúncia contra a Rússia no TPI. Na terça-feira 1º, Roberta Metsola, presidente do Parlamento Europeu, afirmou que a União Europeia deve dar apoio total à demanda da Ucrânia na Corte.
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As sanções contra os produtores de potássio da Bielorrússia, que juntamente com a Rússia dominam cerca de 40% do mercado mundial, já levaram a um aumento de preços e estão a pôr em causa o futuro da colheita europeia deste ano. A Rússia é um grande fornecedor de fertilizantes em todo o mundo. A agricultura é uma questão importante nas eleições presidenciais francesas.
As sanções antirrussas impostas pela União Europeia por instigação dos Estados Unidos terão consequências graves não só para os russos. Na verdade, a UE já está sofrendo o impacto. O preço do gás está batendo recorde. Para os fornecedores americanos de LNG (liquefied Natural Gas) é uma boa notícia, mas para as indústrias europeias é uma má notícia.
Na Bélgica o diesel ficou mais caro que a gasolina pela primeira vez na história: 2 euros por litro e continua a subir. Espera-se também que as contas de eletricidade sejam pelo menos dobradas devido aos altos custos de eletricidade. Os preços dos alimentos estão subindo, o país vive uma inflação recorde de mais de 7,5% ao mês. Se as mercadorias não puderem ser enviadas, elas não poderão ser pagas. “70% da nossa produção é exportada. Ucrânia, Bielorrússia e Rússia respondem por 20% de nossas exportações. Já sentimos as graves consequências da crise. As exportações são difíceis, quase impossíveis, os caminhões estão nas fronteiras, mas não acreditamos mais que nossos clientes possam nos pagar”, reclama Paul Lefebvre, diretor administrativo da cervejaria Lefebvre.
Na Itália, o ex-ministro da Indústria, Comércio e Artesanato, Paolo Savona, falou: “Eu estava convencido das sanções impostas à Rússia até chegar ao posto de gasolina”, tuitou.
Os aviões não voam: se os aviões russos recolhidos se juntarem à frota europeia, as fábricas da Boeing e da Airbus prometem um ano de inatividade e uma perda de cerca de US$ 80 bilhões. Especialistas temem uma interrupção nas cadeias globais de transporte e logística, inclusive no fornecimento de petróleo. A Rússia é o segundo maior produtor mundial de ouro negro e cerca de metade de suas exportações vão para os países da OTAN.
“Haverá uma grande interrupção na logística global e as pessoas lutarão pelo petróleo. É uma crise de estoque, logística e pagamentos que pode ser a magnitude das crises do petróleo da década de 1970″, disse Daniel Yergin, vice-presidente da IHS Markit.
A Câmara de Comércio Internacional, que representa 45 milhões de empresas em mais de 100 países, está apelando ao Fundo Monetário Internacional para ajudar os governos nacionais, mas o FMI não está nem em condições de avaliar a extensão do desastre.
“A situação continua extremamente volátil, as perspectivas são extremamente incertas e as consequências econômicas já são muito graves. As sanções contra a Rússia também terão um impacto significativo na economia global e nos mercados financeiros, com efeitos secundários significativos em outros países”, disse o FMI.
Os preços do trigo estão se aproximando de uma alta histórica, e os preços do milho e da cevada também estão subindo acentuadamente. Fornecedores alternativos não podem ser encontrados na Europa, nem é possível dispensar abruptamente as fontes de energia russas.
Dois novos terminais de LNG estão sendo construídos na Alemanha, mas o problema é que não há LNG suficiente no mundo para abastecer a todos. A Europa vai brigar com a Ásia sobre quem pode oferecer o melhor preço.
Outro recorde foi estabelecido esta semana: mais de US$ 2.000 por mil pés cúbicos de gás. Os britânicos estão sendo avisados de que, a esse ritmo, cada família terá de pagar cerca de 400 euros por eletricidade e gás. A UE conta com a ajuda do Qatar e dos EUA.
“Estamos trabalhando para diversificar nossa oferta de energia. De fato, estamos aumentando o fornecimento de LNG para que haja o suficiente para esta temporada de aquecimento e dobramos a energia renovável, que é a solução mais inteligente e limpa para nos tornarmos independentes das fontes de energia russas”, disse Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia.
Os espanhóis, que investiram pesadamente em energia renovável, discordariam dessa afirmação. No inverno, os investimentos não compensaram, o vento não soprava e agora o governo se recusa a ajudar quem fez empréstimos e gastou tudo na construção de parques solares. Mais de 60.000 pessoas já faliram.
“Aprendemos com o governo que eles não vão mais nos pagar e subsidiar. Você não pode imaginar o primeiro-ministro do seu país levando você à falência”, diz Cesar Vea, proprietário de uma usina de energia solar.
No mercado de metais, o preço do paládio disparou porque a Rússia controla até 50% do mercado dessa commodity, que é vital para a fabricação de eletrônicos, desde simples laptops até sistemas de aeronaves. Os preços dos gases nobres – néon, hélio, argônio e xenônio – também estão aumentando. Eles são essenciais para a produção de microchips. O titânio tornou-se mais caro em um quarto, e tanto a Boeing – um terço – quanto a Airbus – dois terços – dependem das entregas de titânio da Rússia. O Ocidente não consegue minimizar suas próprias perdas por meio de suas próprias sanções, mas os políticos individuais anseiam por mais.
“Devemos tentar desconectar todos os bancos russos do sistema SWIFT e nos recusar a importar energia para a Europa. Também não devemos esquecer que a Bielorrússia está igualmente envolvida nesta agressão contra a Ucrânia e que as sanções também devem ser impostas a este país”, disse o ministro das Relações Exteriores da Lituânia, Gabrielius Landsbergis.
Excepcional análise
Kkkkkkkk
Fala sério Jorge, isso é um excepcional Ctrl+C e Ctrl+V
Seja “cola” ou não, como afirma o sr. Valdir, eu concordo com o post da sr. Angela. Quem pensa que basta provocar embargos contra a Rússia, que tudo ficará bem, está enganado. Muitos países dependem dos fertilizantes, minérios, gás, e petróleo russo. Fantasiar é um direito de qualquer pessoa, mas a realidade sempre é mais forte do que a fantasia.
A melhor solução para esse conflito será a divisão em Ucrânia Ocidental e Ucrânia Oriental e tendo como linha fronteiriça o rio Dnieper, com isso ela fica dividida em duas partes quase iguais, sendo a Ocidental um pouco maior e assim fica bem para a Rússia, que terá uma saída honrosa e para os países da N.O.M. e a paz voltará àquelas terras. Estarão todos saciados às custas dos Ucranianos.
Exato – desde sempre houve duas Ucrânias: uma “europeizada”, outra russófona/russófila.
Imagina se fosse esse belo sonho de verão hein?? Cara, o COMUNISTA putin sentiu o cheiro do sangue, e na minha opinião, ele só para se for impedido, caso contrário, vai pra cima pra pegar tudo o que ver pela frente, inclusive em outros países.