Depois de uma ligação telefônica, os presidentes da Rússia e dos Estados Unidos, Vladimir Putin e Donald Trump, respectivamente, concordaram em encerrar o conflito na Ucrânia por meio de negociações pacíficas. A conversa, ocorrida nesta quarta-feira, 12, marcou a volta do diálogo entre Moscou e Washington.
Dmitry Peskov, porta-voz do Kremlin, destacou a vontade política de ambos para começar uma conversa em busca de uma resolução. Moscou já começou a formar um grupo de trabalho para essas negociações. “Há um consenso de que um acordo é possível por meio de negociações de paz”, afirmou.
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Peskov informou que Putin e Trump decidiram instruir seus assessores a organizarem uma reunião bilateral, semelhante à de Helsinque, em 2018.
O norte-americano anunciou, em suas redes sociais, que o acordo para avançar com as negociações foi alcançado depois de uma “longa e muito produtiva ligação telefônica”, na qual ambos expressaram o desejo de “parar os milhões de mortes que estão ocorrendo na guerra entre Rússia e Ucrânia”.
Trump e Putin não discutiram cessar-fogo na Ucrânia
Apesar do progresso, Peskov disse que não foram discutidos temas como cessar-fogo, levantamento de sanções nem reconhecimento de territórios ucranianos anexados pela Rússia, o que inclui a Crimeia.
Peskov comentou a diferença na abordagem da administração atual dos EUA, que busca a paz, em comparação com a anterior, que, segundo ele, procurava manter a guerra.
“A administração anterior dos EUA tinha a visão de que todo o possível deveria ser feito para manter a guerra”, afirmou. “A administração atual, até onde podemos ver, tem a visão de que todo o possível deveria ser feito para parar a guerra e manter a paz.”
A participação europeia nas negociações é vista com cautela por Moscou, que lembra o histórico não cumprido dos acordos de paz de Minsk, que completam dez anos. A resolução envolveu a Rússia e a Ucrânia e pôs fim em um conflito no território ucraniano.