A Rússia pode cortar o fornecimento de gás para a Finlândia nesta semana, cumprindo uma ameaça do presidente Vladimir Putin. A expectativa da estatal de energia finlandesa Gasum é que a interrupção aconteça em breve. O impasse sobre o abastecimento ocorre em um momento em que os finlandeses buscam a adesão à Organização do Tratado do Atlântico (Otan), aliança militar de países ocidentais.
Em comunicado, a Gasum disse que não recebeu nenhuma informação sobre o assunto por parte da Gazprom ou da operadora de transmissão russa. Responsável por processar e levar o gás importado até a população, a empresa finlandesa ainda manifestou que estava se preparando para um cenário em que Moscou vai cortar o fornecimento “na sexta-feira ou no sábado”.
“A Gasum continuará se preparando para a situação junto com seus clientes e as autoridades nacionais responsáveis pelo abastecimento de emergência”, afirmou a empresa finlandesa.
Em meio à guerra com a Ucrânia, o presidente russo, Vladimir Putin, exigiu que os países que chama de ‘hostis’ paguem pelo gás em rublos. Caso contrário, o governo da Rússia ameaça cortar o fornecimento, como já aconteceu em abril com Bulgária e Polônia. Em pronunciamento anterior, diretores da Gasum haviam dito que não comprimiriam a exigência.
A Finlândia importa a maior parte do seu gás da vizinha Rússia, mas o produto representa apenas cerca de 5% do consumo anual de energia do país.
Entrada na Otan
A Finlândia e a Suécia apresentaram formalmente suas propostas de adesão à Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) na quarta-feira 18. A aprovação de todos os 30 aliados pode levar até um ano, dizem diplomatas.
Os enviados finlandeses e suecos entregaram cartas expressando o interesse de suas nações ao secretário-geral, Jens Stoltenberg, na sede da Otan, em Bruxelas (Bélgica). A entidade respondeu que buscaria admitir ambas as nações em um processo acelerado.
Por sua vez, o vice-chanceler russo, Sergei Ryabkov, disse na segunda-feira que Finlândia e Suécia não devem ter ilusões de que Moscou simplesmente vai tolerar sua adesão à Otan. O político chamou a decisão de um erro que teria consequências abrangentes.