O Reino Unido aprovou um aumento nas exportações de peças e tecnologia de submarinos para Taiwan. A medida vai reforçar a força naval da ilha e poderá impactar os laços britânicos com a China.
O valor das licenças concedidas pelo governo inglês a empresas para a exportação de componentes e tecnologia totalizou um recorde de mais de US$ 200 milhões durante os primeiros nove meses do ano passado. Isso é mais do que nos seis anos anteriores.
Os dados são da Organização de Controle de Exportação, do Comércio Internacional do Reino Unido, e foram divulgados nesta segunda-feira, 13, pela agência de notícias Reuters. Eles mostram que o governo autorizou 25 licenças de exportação para Taiwan durante o ano passado nas categorias “componentes” e “tecnologia” para submarinos.
Entre as licenças autorizadas pelo governo britânico estão a ML9, que cobre navios de guerra e equipamentos navais, e a ML22, que inclui tecnologia para produção e desenvolvimento de software.
Pequim considera Taiwan parte da China, conhecida como a política de Uma Só China, e se opõe veementemente à percepção de interferência estrangeira na ilha, acreditando ser um apoio ao desejo de Taiwan de ser reconhecido como seu próprio país.
À Reuters, o Ministério das Relações Exteriores da China informou que, “se isso for verdade, é uma violação grave do princípio de Uma Só China, mina a soberania e os interesses de segurança da China e mina a paz e a estabilidade no Estreito de Taiwan”.
O governo do Reino Unido informou em um comunicado que possui um longo histórico de “concessão de licenças para exportação de produtos controlados para Taiwan, caso a caso, onde esses pedidos são consistentes com as regras que regulam as exportações de armas e produtos de dupla utilização”.
As tensões militares entre Pequim e Taipei são as mais altas em décadas. Taiwan, cerca de 160 quilômetros a sudeste da costa chinesa, disse que está construindo uma frota de submarinos para fortalecer suas defesas navais. Há tempos, Taiwan não consegue comprar submarinos convencionais de outros países, por causa de suas relações conturbadas com a China.