O Comitê Conjunto de Vacinação e Imunização do Reino Unido concluiu, em reunião na sexta-feira 7, que uma quarta dose da vacina contra a covid-19 para idosos e outros grupos considerados de maior risco não é necessária neste momento.
De acordo com o órgão, cerca de três meses depois da aplicação da terceira dose — ou dose de reforço —, a proteção contra hospitalizações das pessoas com 65 anos ou mais permaneceu na faixa dos 90%. Em vez de uma quarta dose, o comitê recomendou a ampliação da vacinação com a terceira dose.
Em comparação, a proteção contra doenças graves para maiores de 65 anos caiu para cerca de 70% depois de três meses entre aqueles que tomaram apenas duas doses da vacina — e para 50% depois de seis meses.
“Os dados atuais mostram que uma dose de reforço continua a oferecer altos níveis de proteção contra doença severa, mesmo para os grupos e faixas etárias mais vulneráveis”, afirmou Wei Shen Lim, integrante do comitê. “Concluímos que não há, pelo menos até este momento, necessidade imediata de aplicação de uma segunda dose de reforço, embora isso continue a ser sempre revisado.”
Na semana passada, como noticiado por Oeste, um dos responsáveis pela equipe que desenvolveu a vacina da AstraZeneca contra a covid-19, o professor e especialista em infecção pediátrica Andrew Pollard contestou a estratégia já esboçada por alguns países, como Israel, de vacinar sua população a cada seis meses contra a doença causada pelo novo coronavírus.
Em entrevista concedida ao jornal The Telegraph, Pollard classificou como “insustentável” a eventual vacinação contra a covid-19 duas vezes ao ano. “Nós não podemos vacinar o planeta a cada seis meses. É simplesmente inviável”, afirmou. Pollard chefia o Comitê Conjunto de Vacinação e Imunização do país.
Segundo dados do governo britânico, até o momento foram aplicados mais de 52 milhões de primeiras doses e 47,6 milhões de segundas doses contra a covid-19. O Reino Unido registra ainda 36 milhões de doses de reforço já administradas.