Cientistas encontraram evidências de um possível vazamento do núcleo da Terra, ao analisarem rochas ígneas e fluxos de lava da Ilha de Baffin, no Canadá.
O grupo registrou concentrações recorde de isótopos do hélio-3 dentro de antigas rochas, o que pode indicar evidências de um lento vazamento do núcleo terrestre.
O elemento é extremamente raro no planeta, mas, abundante no espaço sideral e em corpos celestes, como a Lua.
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A equipe é formada por cientistas do Instituto de Tecnologia da Califórnia, nos Estados Unidos, e do Instituto Oceanográfico de Woods Hole. A pesquisa preliminar foi publicada na revista Nature, em 18 de outubro.
Sobre o material que compõe o núcleo da Terra
De acordo com os especialistas, a descoberta sugere que as profundezas terrestres são mais dinâmicas do que o imaginado. Os pesquisadores informam que os elementos movem-se entre as partes metálicas e rochosas do nosso planeta.
“Assim, as altas taxas de ³He/4He que medimos podem ser uma indicação que o hélio, e talvez outros elementos leves como o hidrogênio e carbono, sobreviveu à origem cataclísmica do nosso planeta, sendo abrigado no núcleo”, afirmaram os especialistas das instituições à frente da pesquisa sobre o possível vazamento do núcleo da Terra.
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O hélio-4, ou 4He, é um isótopo mais abundante e estável do gás nobre, encontrado em concentrações 20 milhões de vezes maiores que o hélio-3 no manto terrestre.
Dado o potencial do hélio-3, especificamente para a fusão nuclear, como processo de geração de energia, o elemento já despertou o interesse de grandes potências, que mantêm planos de exploração do solo lunar para extrair o combustível.