O ministro das Finanças da Rússia, Anton Siluanov, disse no último domingo, 13, que as sanções dos Estados Unidos serão responsáveis por eventual calote russo em sua dívida externa. O Kremlin é obrigado a pagar US$ 117 milhões em juros de um título emitido em dólar, com vencimento nesta quarta-feira, 16.
Se não honrar o pagamento, será a primeira vez que a Rússia voltará ao grupo dos inadimplentes desde 1917, quando os bolcheviques não reconheceram a dívida do período czarista. Os títulos têm um período de carência de 30 dias, de modo que a inadimplência oficial não poderá ser declarada até 15 de abril. Nem mesmo na crise das dívidas dos anos 1990, quando a economia russa quebrou, o país entrou em moratória externa.
“A possibilidade ou impossibilidade de cumprir nossas obrigações em moeda estrangeira não depende de nós”, ressaltou Siluanov, em entrevista à rede de televisão estatal Russia Today. “Temos o dinheiro, realizamos o pagamento. Agora, a bola está do lado das autoridades norte-americanas.”
A curiosidade nessa história é a seguinte: a Rússia possui o dinheiro, mas não pode acessá-lo. Desde 2014, a última vez em que os EUA impuseram sanções a Moscou, o Kremlin acumulou mais de US$ 600 bilhões em reservas estrangeiras. No entanto, o montante está parcialmente bloqueado.
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