Convencer a América Latina de que a Sputnik V, vacina russa contra a covid-19, é melhor que suas concorrentes norte-americanas e europeias tornou-se o objetivo da Rússia. É o que garantem autoridades do Departamento de Estado dos EUA ouvidas pelo jornal The New York Times.
Conforme a reportagem, a campanha estrangeira é liderada por agências de desinformação atuantes no Ocidente. O modus operandi é amplificar notícias negativas sobre os imunizantes da Pfizer, da Moderna e da Oxford e propagar dados positivos acerca da Sputnik.
Ainda segundo a matéria, agências de mídia respaldadas pelo governo russo publicaram no Facebook e no Twitter centenas de links para notícias e reportagens que sugeriam que os imunizantes norte-americanos teriam provocado mortes. Contudo, ocultaram que novos estudos demonstraram o oposto.
Membros do Departamento de Estado garantem que, por ora, os principais alvos da campanha de influência são o México e a Argentina. No primeiro caso, as operações russas se concentraram em promover reportagens seletivas que buscam desacreditar as vacinas do Ocidente.
Conforme noticiou Oeste, a “Anvisa” do México autorizou o uso emergencial da Sputnik V em 2 de fevereiro. Além disso, o Ministério da Saúde local anunciou a compra de 24 milhões de imunizantes desenvolvidos pela Rússia. Quanto à Argentina, o país já está utilizando o produto.
Em dezembro do ano passado, o Facebook informou ter removido uma campanha de desinformação russa com postagens em língua francesa, inglesa, portuguesa e árabe, contemplando vários assuntos, inclusive o apoio à vacina russa. Naquele mês, o país deu sinal verde à vacina.
Leia também: “A vacina e o vexame”, artigo publicado na Edição 44 da Revista Oeste
https://www.nytimes.com/2021/01/08/world/europe/russian-vaccine.html
“Why I Got the Russian Vaccine”, Andrew E. Kramer, 8/1/2021, The New York Times