Sob suspeita de ataque hacker contra pesquisas de outros países, governo russo projeta início da vacinação em massa em outubro
A Rússia irá conceder o registro para a primeira vacina contra o novo coronavírus na próxima quarta-feira, 12 de agosto.
O anúncio foi feito pelo vice-ministro da Saúde do país, Oleg Gridnev, nesta sexta-feira, 7. Profissionais de saúde e idosos terão prioridade na imunização.
O Instituto Gamaleya de Epidemiologia e Microbiologia, localizado em Moscou, está trabalhando em uma vacina baseada em tipo de vírus chamado adenovírus. Nesta tecnologia, parte do vírus é coletada e modificada geneticamente para produzir proteínas do coronavírus.
Na semana passada, Tatiana Golikova, vice-primeira-ministra da Rússia, afirmou que o imunizante teria registro com a condição de “outro ensaio clínico para 1.600 pessoas ser realizado” em seguida.
O ministro da Saúde da Rússia, Mikhail Murashko, anunciou que o programa do governo de vacinação em massa está previsto para começar em outubro.
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A velocidade dos ensaios clínicos e a falta de transparência na divulgação dos resultados geram dúvidas dos especialistas.
Natalia Pasternak, pesquisadora do Instituto de Ciências Biomédicas da USP e presidente do Instituto Questão de Ciência, lembra que as pesquisas russas não foram divulgadas em nenhuma publicação científica.
Em abril, o presidente russo, Vladimir Putin, instruiu o governo a tomar decisões destinadas a simplificar e encurtar o prazo para os ensaios clínicos e pré-clínicos.
Em maio, a Associação de Organizadores de Pesquisas Clínicas criticou a Rússia logo que se descobriu que os cientistas do Instituto Gamaleya haviam se inoculado com algumas doses quando a vacina ainda estava em fase de testes em animais.
Com informações do Estadão Conteúdo.