O Ministério das Relações Exteriores da Rússia anunciou, na quinta-feira 14, que houve progresso em direção a “possíveis acordos” para a exportação de grãos da Ucrânia. As negociações ocorrem a quatro mãos. Além do governo dos dois países, a Turquia e a Organização das Nações Unidas (ONU) participam das discussões.
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As partes “conseguiram formular alguns elementos de possíveis acordos, que agora estão sendo elaborados por Rússia, Ucrânia e Turquia”, informou Maria Zakharova, porta-voz dos russos. A fala ocorreu em uma coletiva de imprensa em Moscou.
Depois da reunião, realizada na quarta-feira 13, Hulusi Akar, ministro da Defesa turco, disse que as discussões foram “positivas e construtivas”. Ele afirmou que todos os lados têm concordado em estabelecer um centro de coordenação em Istambul, capital turca, para facilitar as exportações de grãos da Ucrânia.
De acordo com Akar, os participantes encontraram pontos em comum em questões técnicas. Entre elas: a segurança das rotas de transporte de navios de grãos, bem como controles conjuntos na entrada e saída dos portos. Um novo encontro do grupo deve ocorrer na próxima semana, para revisar detalhes e assinar documentos para formalizar o acordo, acrescentou o ministro.
Volodymyr Zelensky, presidente da Ucrânia, também confirmou o progresso. Segundo a Anadolu, agência estatal de notícias da Turquia, ele agradeceu à ONU e aos turcos pela interdição.
António Guterres, secretário-geral das Nações Unidas, declarou que está “otimista” com o acordo. Porém, destacou que ele “ainda não está totalmente pronto”. Contudo, ele classificou os avanços como “raio de esperança para aliviar o sofrimento humano e aliviar a fome em todo o mundo”.
Exportação de grãos da Ucrânia
Cerca de 95% da exportação de grãos da Ucrânia ocorria pelo Mar Negro, até a rota ser bloqueada pelos russos. No fim de fevereiro, Vladimir Putin, presidente da Rússia, deu início a uma invasão ao país. Atualmente, os ucranianos encontram dificuldade para estocar milhões de toneladas de grãos que não foram escoados.
O Programa Alimentar Mundial da ONU, por exemplo, depende da Ucrânia para garantir cerca de metade do seu estoque. A situação se agrava pelo fato de a Índia, outro grande produtor de grãos, estar atravessando um período de seca extrema, que compromete a colheita deste ano. Em 2021, a Ucrânia forneceu quase 9% das exportações globais de trigo, além de 13% das de milho e cevada.
JMB vai dar um jeitinho.