Jens Stoltenberg, secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) disse que tinha certeza que alertas emitidos pela Rússia sobre criar um conflito para invadir a Ucrânia logo seriam cumpridos.
Centenas de alertas efetuadas pela Rússia sobre a iminência de um conflito contra a Ucrânia se concretizaram na noite do dia 24 de fevereiro em 2022, com o início da invasão.
“Fui para a cama. Mas foi uma noite muito curta porque sabia que, em algum momento, em algumas horas, alguém iria me acordar, e foi exatamente isso que aconteceu”, lembrou Stoltenberg em entrevista à agência de notícias AFP.
“Por volta das 4 horas, meu chefe de Estado-Maior me ligou e me disse brevemente que eles haviam começado, ou seja, que a invasão havia começado. Não foi uma surpresa, porque nós sabíamos. É possível ficar chocado com a brutalidade da guerra. Mas não tem como ficar surpreso, porque isso era realmente algo que estava previsto meses antes da invasão”.
Depois de um ano de conflito, o presidente da Otan alertou que o órgão deve estar pronto para um longo período de tensões e ameaças russas: “O presidente Putin quer uma Europa diferente, uma Europa onde possa controlar os vizinhos, em que ele decida o que os países podem fazer”, afirmou o líder da Aliança Atlântica. “Precisamos estar preparados para um longo caminho. Isso pode durar muitos, muitos anos.”
Stoltenberg destacou que a Otan sempre buscará oportunidades para resolver os conflitos na base do diálogo e evitou fazer uma previsão de como esse confronto poderá evoluir.
“Sempre buscarei oportunidades para voltar a uma situação em que haja espaço para um relacionamento melhor, mas, com o atual comportamento do governo russo… Não tem como”, disse.