A tenista Peng Shuai, que desapareceu da vida pública depois de fazer acusações de abuso sexual contra o ex-vice-premiê, Zhang Gaoli, importante político do Partido Comunista Chinês (PCC), reuniu-se no último sábado, 5, com Thomas Bach, presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI). O encontro ocorreu em Pequim.
“Pudemos conversar de forma agradável, falamos dos nossos pontos de vista”, disse Shuai, em entrevista, publicada nesta segunda-feira, 7, pelo jornal francês L’Equipe. “Bach perguntou se estou pensando em competir novamente, quais são meus planos, o que pretendo fazer.”
A conversa da tenista chinesa com os jornalistas franceses aconteceu em um hotel localizado dentro da bolha olímpica de Pequim. Foi a primeira entrevista de Shuai a um veículo de comunicação ocidental desde novembro do ano passado, quando as denúncias de assédio foram tornadas públicas.
A atleta, de 36 anos de idade, disse que nunca desapareceu. Além disso, negou ter sido assediada por Gaoli. A denúncia foi feita na rede social Weibo, mas a publicação logo foi excluída. Depois da acusação de abuso sexual, Shuai ficou desaparecida por alguns dias, o que despertou preocupação internacional.
“Nunca desapareci, todo mundo podia me ver”, afirmou a tenista chinesa. “O que realmente aconteceu? Já respondi a essa pergunta, durante uma entrevista em Xangai, e também enviei um e-mail para a Women’s Tennis Association [WTA]. A publicação que fiz deu origem a um grande mal-entendido no exterior. Nunca disse que alguém me agrediu sexualmente.”
Shuai ressaltou ainda que apagou a denúncia da rede social chinesa porque quis. O mal-entendido, segundo a atleta, ocorreu em virtude de um mau funcionamento de seu computador.
Ela recebeu amavelmente o seguinte recado: ou desmente ou vai pro paredão e desaparece. Entre uma mentira e um fuzilamento, ela preferiu mentir.
Qq um de nós, para não morrer diríamos e faríamos a mesma coisa. A Vida não tem preço!
Aí dela não concordar com o PCC.
Foi mau funcionamento do computador……putz… não tinha uma desculpa melhor não?
Até parece que alguém lá pode se opor a um membro do PCC
Nós entendemos o que você quis dizer, Peng Shuai.
Enviaremos ajuda.
Só um minuto, Peng… Como? …Não enviaremos?
Ok, entendi. Relações diplomáticas e comerciais são mais importantes.
Desculpe, Peng.
Quem quiser saber sobre a moderna ditadura chinesa leia Chinobyl, de Rafael Fontana. Atualíssimo, inclusive com a inserção da ditadura no sistema de comunicações do Brasil.